Nove alunos britânicos de medicina viajaram para a Síria para se juntarem ao Estado Islâmico
Nove estudantes britânicos de medicina viajaram para a Síria no princípio deste mês para se juntarem ao Estado Islâmico (EI) e ajudar a tratar os feridos e os doentes nos seus hospitais, informou hoje o jornal "The Observer".
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Os jovens, cinco rapazes e quatro raparigas, voaram desde o Sudão para Istambul para cruzar a fronteira com a Síria a partir da Turquia, explicou ao jornal o político turco Mehmet Ali Ediboglu.
Segundo o político, alguns dos alunos tinham informado as suas famílias dos seus planos e vários pais viajaram este fim de semana para a capital da Turquia com o objetivo de tentar convencê-los a regressar.
Ediboglu Ali considerou que o caso destes jovens é «um pouco diferente» - porque viajaram até à região para «ajudar, não para lutar» - e explicou que estão a estudar medicina no Sudão, porque as suas famílias pretendiam que fossem educados numa cultura islâmica.
No entanto, o político turco sublinhou que «os enganaram» e que «lhes lavaram a cabeça».
Segundo o relato de Ediboglu Ali, uma das jovens, Lena Maumoon Abdulqadir, informou a família por meio da rede de mensagens "WhatsApp" que tinham chegado à Turquia e que estavam «a caminho» de se apresentarem como «voluntários para ajudarem o povo sírio».
Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico disse que está a ser «prestada assistência consular às famílias», tentando-se descobrir, em colaboração com a polícia turca, «o paradeiro» do grupo.
A intenção destes jovens em colaborar com o EI não é isolada no Reino Unido, motivo que leva vários setores a pressionar o Governo para evitar a radicalização dos adolescentes.
Na semana passada, três jovens britânicos, com idades entre os 17 e os 19 anos, foram presos no Reino Unido depois de chegarem da Turquia, sob suspeita de terem viajado para este país com o objetivo de chegar à Síria. Após o interrogatório, os três foram libertados sob fiança.
No mês passado, três adolescentes de Londres, entre os 15 e os 16 anos, viajaram para a Turquia aproveitando as férias escolares e cruzaram a fronteira com a Síria para supostamente se juntarem a grupos extremistas.
Este caso provocou recriminações entre as forças de segurança turcas e britânicas por falta de coordenação, enquanto o executivo turco lamentou posteriormente que as autoridades de Istambul não tenham recebido com a devida antecedência o aviso sobre o desaparecimento das adolescentes.