Elisabeth Borne fica com a pasta da Educação e Manuel Valls será ministro de Estado encarregado de assuntos dos territórios ultramarinos
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Dois antigos primeiros-ministros franceses - Elisabeth Borne e Manuel Valls - vão integrar o novo elenco governamental, que foi divulgado esta segunda-feira, 10 dias depois da nomeação de François Bayrou como primeiro-ministro.
Anunciado pelo secretário-geral do Palácio do Eliseu (presidência francesa), Alexis Kohler, o executivo integra Borne como ministra da Educação e Valls como ministro de Estado encarregado de assuntos dos territórios ultramarinos.
Borne demitiu-se em janeiro deste ano, menos de dois anos depois de assumir a chefia do governo, num período de grande desgaste e quando se tornaram mais duras as leis da imigração.
Valls foi primeiro-ministro sob a presidência do socialista François Hollande, entre 2014 e 2016.
François Rebsamen, outro antigo ministro de Hollanden e até recentemente autarca da cidade de Dijon, passará a integrar o executivo na pasta do Planeamento Territorial e Descentralização.
Para a Justiça foi nomeado Gerald Darmanin, que estava na Administração Interna, passando esta pasta a estar nas mãos de Bruno Reatailleau, dos Republicanos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, e o ministro das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, foram reconduzidos nos respetivos cargos, assim como Rachida Dati, na Cultura, e Annie Genevard, na Agricultura.
No novo Governo francês do primeiro-ministro centrista com 34 elementos, a pasta da Economia, Finanças, Soberania Industrial e Digital passa a ser liderada pelo até agora diretor da instituição financeira estatal francesa Caixa de Depósitos e Consignações, Eric Lombard.
Será apoiado pela macronista Amélie de Montchalin, responsável pelas Contas Públicas, numa altura em que a França enfrenta uma das piores crises orçamentais da sua história recente.
Catherine Vautrin continua no governo, responsável agora pelo Trabalho, Saúde, Solidariedade e Família.
Bayrou chegou a chefe do executivo depois de o parlamento, no qual nenhum partido detém a maioria, ter aprovado a destituição do governo do conservador Michel Barnier a 04 de dezembro, após apenas três meses no poder.
Cumprindo a promessa de fazer as nomeações antes do Natal, o primeiro-ministro deu a conhecer o seu executivo, que terá de governar num cenário político fragmentado, depois das eleições legislativas antecipadas que resultaram da decisão inesperada do Presidente, Emmanuel Macron, de dissolver a Assembleia Nacional, em junho.
O hemiciclo está dividido em três blocos: esquerda, macronistas/direita e a extrema-direita.
Bayrou é o sexto chefe de governo desde que Macron foi eleito pela primeira vez em 2017 e o quarto em 2024, numa instabilidade que não se via em França há décadas.