Pedro de Mendonça, jornalista venezuelano, fala numa "crise regional" e revela problemas dos empresários em lidar com o aumento do salário mínimo.
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Começam a fazer-se sentir, a partir desta terça-feira, na Venezuela, as medidas decretadas por Nicolás Maduro para travar a espiral recessiva da economia do país. O presidente venezuelano declarou um aumento do salário mínimo em 35 vezes, medida acompanhada da criação de uma nova moeda, o bolívar soberano.
Pedro de Mendonça é um jornalista venezuelano e pertence a um partido opositor do regime. Ouvido por Joana Carvalho Reis, explica que as lojas do país ainda não abriram, mas o caos já se faz sentir. "Confusão, muita confusão e pessimismo", começa por explicar.
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O aumento em "mais de 500%" do salário mínimo leva mesmo a uma pergunta da parte do jornalista venezuelano: "como é que um empresário faz face a este aumento sem precisar de aumentar os preços?", questiona Pedro de Mendonça. Com o agravamento da crise venezuelana, há cada vez mais pessoas a sair do país, com Brasil, Colômbia, Equador ou Peru como principais destinos.
A migração dos venezuelanos é, aliás, o ponto único de uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada esta terça-feira. "A crise da Venezuela já não é só uma crise venezuelana, é uma crise regional", comenta Pedro de Mendonça.
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O Equador e o Peru já criaram mesmo restrições para a entrada de venezuelanos, sendo que para que os venezuelanos possam entrar nestes países é necessário que apresentem um passaporte, documento cada vez mais difícil de obter na Venezuela.