A crítica é feita pela UNITA no dia em que João Lourenço toma possa como novo presidente de Angola.
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Angola vira esta terça-feira a página com a tomada de posse do novo presidente, João Lourenço. É o adeus a José Eduardo dos Santos, ao fim de 38 anos no poder.
A passagem de testemunho vai marcar um novo capítulo na história de Angola mas, e depois da contestação do resultado das eleições do passado mês de agosto, a UNITA entende que João Lourenço inicia o novo mandato com a "legitimidade ferida".
Em declarações à TSF, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, espera que o novo presidente saiba corrigir um processo que começou frágil.
"Angola precisa de se reencontrar, Angola precisa de trabalhar no sentido de se projetar como uma nação digna e, para que assim seja, os altos mandatários do país precisam de corrigir estas fragilidades, estas situação que debilitam o país no contexto interno e externo", defendeu Samakuva.
O presidente da UNITA não vê sinais de esperança na atitude do novo presidente de Angola, mas sublinha que a UNITA está disponível para o diálogo.
Sobre a relação com Portugal, Isaías Samakuva recorda que muitos angolanos não gostaram da atitude de Marcelo Rebelo de Sousa, quando o chefe de Estado português felicitou João Lourenço, antes de serem conhecidos os resultados oficiais.
Por isso, Isaías Samakuva aconselha uma nova postura ao Estado português.
No fim-de-semana, o vice-presidente da UNITA já tinha acusado Portugal de se vergar ao poder em Angola. Isaías Samakuva é mais brando nas criticas, mas recomenda mais cautela a Lisboa nas relações entre os dois países.