O campeão mundial de boxe ucraniano Vitali Klitschko ganhou a eleição para a câmara de Kiev, anunciou hoje o provável novo presidente, Petro Poroshenko, revelando também a vontade de encontrar-se com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
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«Posso dizer com confiança que, de acordo com as nossas informações, Vitali Klitschko vai ser o novo presidente da câmara de Kiev», disse o bilionário Petro Poroshenko depois de declarar a sua própria vitória nas eleições presidenciais que se realizaram hoje na Ucrânia.
«Envio-lhe as minhas felicitações», disse, durante uma conferência de imprensa na qual tinha ao seu lado o próprio campeão de pesos-pesados, com 42 anos, que se tornou um herói da oposição depois de ter abdicado da sua própria candidatura presidencial a favor de Poroshenko.
Na conversa com os jornalistas, Poroshenko reconheceu ainda que «sem a participação da Rússia, não é possível falar de uma verdadeira segurança na região» e garantiu que «será encontrado o formato e, desde logo, um encontro com Putin».
O novo Presidente, que durante a campanha prometeu normalizar as relações com a Rússia no prazo de três meses, vincou a importância de dialogar com Moscovo para resolver a crise: «A Ucrânia está no meio de uma guerra e de uma agressão; para implantar a paz no sul do país há que negociar com todas as partes, incluindo a Rússia», disse.
A Crimeia, acrescentou, «foi, é e será território ucraniano», salientando a sua oposição à federalização da Ucrânia, como exigem os falantes russos e o próprio Kremlin.
Segundo as primeiras sondagens divulgadas pelas televisões locais após o encerramento das urnas, Poroshenko obteve 55,9% dos votos, enquanto a sua principal adversária, a ex-primeira ministra Iulia Timoshenko, conseguiu 12,9%, o que torna desnecessária uma segunda volta.
O terceiro candidato mais votado terá sido o populista Oleg Liashko, com mais de 8%, enquanto o banqueiro Serguei Tiguipko, considerado o candidato do sudeste russófono, não atingiu os cinco por cento dos votos.
Iulia Timoshenko já aceitou a derrota, considerando que as eleições foram «justas e claras».