Novo primeiro-ministro de Timor promete «boa governação, transparência e combate à corrupção»
O novo primeiro-ministro timorense, Rui Maria Araújo, prometeu hoje, em Díli, que o seu governo vai atuar com rigor e integridade, «fortalecendo a boa governação, a transparência e o combate à corrupção».
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«A responsabilização, a prestação de serviços de qualidade e a disciplina não são opcionais, são condição das quais não abdica para servir o povo timorense. Esta transformação radical nas mentalidades dos nossos agentes públicos é fundamental», disse hoje em Díli Rui Maria Araújo depois da cerimónia de tomada de posse dos 38 membros do seu executivo perante o chefe de Estado Taur Matan Ruak.
O chefe de governo disse que será prioridade do executivo «combater a cultura de burocratização na administração pública», considerando que nos últimos anos a estrutura administrativa «transformou-se num elefante com pés de barro».
«Agora, chegou hora de criar uma nova ordem burocrática, mais leve, profissional e técnica e menos politizada», disse Rui Araújo, declarando-se contra «o compadrio que resulta quase sempre em mediocridade».
Rui Araújo exigiu também empenho dos membros do governo, a quem promete uma responsabilização «política, administrativa e criminal sobre todos os atos e no âmbito das responsabilidades de cada um».
O novo primeiro-ministro referiu-se ainda à situação económica do país e à grande dependência dos recursos petrolíferos, aproveitando para insistir que Timor-Leste vai avançar para a definição clara das fronteiras marítimas e terrestres perante a queda no preço do petróleo.
Rui Maria Araújo disse que é vital melhorar o equilíbrio fiscal do país e promover «uma política fiscal sustentável e uma despesa pública coerente para evitar o desperdício».
O desenvolvimento agrícola, o setor do turismo e o desenvolvimento do enclave de Oecusse são setores onde a economia timorense se pode diversificar no setor da justiça, de acordo com o novo primeiro-ministro.
Rui Araújo salientou que o governo quer levar a cabo um reforço das capacidade e competências, mas disse que esse esforço «exige uma avaliação profunda do setor da justiça e o estabelecimento de um novo quadro de cooperação adequado às necessidades do pais».
O primeiro-ministro deixou ainda uma mensagem à sociedade civil, comprometendo-se a estabelecer uma «auditoria social, permitindo que os indicadores de ação governativa sejam passados a pente fino com maior responsabilidade».