Várias explosões foram ouvidas ao início da manhã na capital ucraniana. Mísseis russos atingiram infraestruturas energéticas.
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A Rússia lançou dezenas de mísseis contra a Ucrânia nas primeiras horas desta segunda-feira, confirmaram as autoridades ucranianas. Apesar dos sistemas de defesa antiaérea, várias infraestruturas energéticas na capital Kiev foram atingidas, deixando centenas de milhares de residentes sem eletricidade.
"Uma área de Kiev está sem eletricidade e certas áreas sem água após os ataques russos", escreveu Vitali Klitschko, autarca de Kiev, na rede social Telegram.
Também o chefe da diplomacia ucraniana condena mais um ataque com recurso a mísseis contra o país. "Em vez de lutar no campo de batalha, a Rússia luta contra civis", afirma Dmytro Kuleba no Twitter. "A Rússia faz isso porque ainda tem os mísseis e vontade de matar os ucranianos", acrescentou.
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"Mais de 50 mísseis de cruzeiro X-101/X-555 foram lançados utilizando aviões Tu-95 e Tu-160" do norte do Mar Cáspio e da região russa de Rostov, disse a Força Aérea ucraniana na rede social Telegram, citada pela agência francesa AFP.
Os militares ucranianos disseram ter destruído 44 dos mísseis russos, segundo a agência espanhola EFE.
Esta nova onda de bombardeamentos segue-se ao anúncio da Rússia, no sábado, a suspensão da sua participação no acordo sobre as exportações de cereais dos portos ucranianos após um ataque de 'drones' (aeronaves não tripuladas e controladas remotamente) que visou a frota russa estacionada na baía de Sebastopol, na Crimeia anexada.
O acordo, concluído em julho sob a égide da ONU e da Turquia, permitiu a exportação de vários milhões de toneladas de cereais retidos nos portos ucranianos desde a invasão russa em fevereiro, o que fez com que os preços dos alimentos disparassem, aumentando o receio da fome.
O Presidente russo, Vladimir Putin, subiu o tom das críticas ao acordo, apontando que as exportações da Rússia, outro grande produtor de cereais, estavam a ser prejudicadas pelas sanções.
A Crimeia, anexada em março de 2014 pela Rússia após uma intervenção das suas forças especiais e de um referendo denunciado por Kiev e pelo Ocidente, serve como quartel-general da frota russa do mar Negro e como base logística de retaguarda para a ofensiva russa na Ucrânia.
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