Num raro discurso público, diretor dos serviços secretos britânicos alerta para ameaças russas e iranianas
O diretor do MI5, os serviços secretos que atuam em território britânico, alertou esta tarde para as ações cada vez mais frequentes dos dois países na Europa
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O diretor do MI5, Ken McCallum, explicou que a situação é hoje muito complexa. Desde o início da guerra na Ucrânia e da morte de Mahsa Amini, surgiram novas ameaças. Neste momento há um ressurgimento de organizações terroristas como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, mas há também terrorismo de Estado.
O diretor do MI5 admitiu que, mesmo depois de todas as medidas tomadas pelo Reino Unido contra os agentes de Putin, os serviços secretos russos continuam e vão continuar em atividade no país e têm tido como principal missão gerar o caos nas ruas britânicas e europeias.
O combate às ameaças estatais aumentou 48% num ano. Além da Rússia, a ameaça do Irão subiu numa escala sem precedentes. Em dois anos, o MI5 e a polícia responderam a 20 conspirações criadas por Teerão e que eram potencialmente mortais para cidadãos que vivem no país.
Ken McCallum quis deixar uma mensagem clara aos que ponderam a hipótese de serem pagos para agir em nome do Irão ou da Rússia: se o fizerem terão todo o aparelho de segurança nacional em cima deles.
O diretor do MI5 falou também dos perigos mais habituais: 75% das ameaças terroristas continuam a ter origem no extremismo islâmico, a segunda maior ameaça é a extrema-direita, mas, nos últimos anos, surgiu uma variedade enorme de crenças e ideologias com as quais os serviços secretos têm de lidar.
Nos últimos sete anos, só no Reino Unido foram evitados 43 planos de assassinatos em massa, sendo que todos estavam na fase final de preparação. Os terroristas e suspeitos de terrorismo que o MI5 acompanha são cada vez mais novos. Mais de 13% têm menos de 18 anos.
Ken McCallum garantiu ainda que depois do 7 de outubro do ano passado e do início do ataque israelita a Gaza, os serviços europeus têm registado um aumento das atividades ligadas à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.
Depois da derrota na Síria e no Iraque, o diretor dos serviços secretos garante que o Estado Islâmico está a redobrar os esforços para recrutar novos membros e exportar o terrorismo para a Europa.