Número de desalojados devido às cheias no centro de Moçambique sobe para 19 mil famílias
O número de pessoas desalojadas devisdo às cheias no distrito de Mocuba, Zambézia, centro de Moçambique, subiu para 19 mil familias, e outras centenas continuam refugiadas em árvores e tetos de casas, disse hoje à Lusa fonte oficial.
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Teresa Mauaie, administradora de Mocuba, a região mais atingida pelas chuvas, disse à Lusa que até ao fim da tarde de hoje 15 mil familias desalojadas entraram para os centros de acomodação criados nas zonas altas da cidade, salientando que centenas de outras «chegam a cada hora que passa à procura de abrigo».
Dezoito crianças, surpreendidas em ritos de iniciação, continuam dadas como desaparecidas, juntamente com os seus padrinhos, na sequência das cheias no distrito de Mocuba, a norte da provincia da Zambézia.
O caudal do rio Licungo, que atravessa a cidade de Mocuba, transbordou segunda-feira, ao atingir 12 metros de altura, seis metros acima do nível de alerta máximo, arrastando consigo milhares de casas e quintas, provocando o desabamento de pontes sobre esse rio e o de Lugela (na região de Mugeba), fundamentais para a ligação por terra das regiões norte e centro de Moçambique.
«A nossa maior preocupação agora é o corte da estrada. Centenas de pessoas estão retidas dos dois lados da cidade de Mocuba, mas logo que haja acalmia do rio vamos começarmos buscas e salvação das pessoas», disse Teresa Mauaie.
Segundo as autoridades locais, pelo menos cinco pontes, de ligação entre vários distritos, desabaram desde segunda-feira no distrito de Namacurra, isolando várias regiões.
A intensidade das chuvas no centro e norte do país levou na segunda-feira o Conselho de Ministros a decretar o Alerta Vermelho Institucional, por considerar que a situação é «muito crítica», disse à Lusa fonte do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.