O "número dois" do principal partido da oposição no Zimbabué arrisca a pena de morte, após ter sido, esta quinta-feira, acusado de subversão. A acusação surge no mesmo dia em que a Amnistia Internacional disse que foram descobertos 12 cadáveres, em vários pontos do país, com sinais de tortura.
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O secretário-geral do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) arrisca a pena de morte, após ter sido, esta quinta-feira, formalmente acusado de subversão e conspiração para falsear os resultados das legislativas de 29 de Março, através do pagamento de «luvas» aos agentes eleitorais, «publicação de notícias falsas» e «insultos ao Presidente».
Tendo em conta que o arguido «enfrenta acusações graves e passíveis de ser condenadas com a pena capital» o juiz recusou colocá-lo em liberdade condicional.
Numa primeira reacção à decisão, Morgan Tsvangirai, líder do partido, considerou as acusações «ridículas», afirmando que representam mais uma forma de pressão sobre a oposição em vésperas da segunda volta das eleições presidenciais.
No final da audiência, a procuradora Florence Ziyambi disse que «cabe agora ao acusado provar que» não esteve ligado à violência registada no país depois das eleições, já que diz ter em sua posse documentos assinados por Tendai Biti e que «resultaram em violência e fraudes».
A defesa garantiu, por seu lado, que os documentos apresentados em tribunal são falsos e argumentou que o Ministério Público não sustentou devidamente as acusações.
A acusação contra o secretário-geral surge numa altura em que aumentam as denúncias de perseguição a elementos da oposição, a uma semana da segunda volta das presidenciais entre Tsvangirai, vencedor da primeira volta, e o presidente Robert Mugabe.
Também esta quinta-feira, a Amnistia Internacional informou que foram descobertos, em vários pontos do país, 12 cadáveres, a maioria com sinais de tortura.