As Nações Unidas advertem para a falta de "indícios de desaceleração visíveis".
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A ONU revelou esta segunda-feira que, apesar dos acordos ambientais, não há indícios que apontem para uma melhora da crise climática. Os gases de efeito estufa, uma das dimensões causadoras das alterações climáticas, registaram um recorde de concentração em 2018.
O valor registado é de 407,8 ppm e excede a taxa média de aumento de 2,06 ppm em 2005-2015, ou seja, está 147% acima das emissões no período pré-industrial de 1750, revelaram as Nações Unidas.
"A última vez que houve uma concentração de dióxido de carbono e comparável foi há 3-5 milhões de anos. Na época, a temperatura era dois a três graus mais elevada e o nível do mar entre dez e 20 metros superior ao atual", destacou o secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Petteri Taalas.
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"Não há indícios de que vá acontecer um abrandamento nas emissões e muito menos uma diminuição da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera, apesar de todos os compromissos assumidos na sequência do Acordo de Paris para a mudança climática", assinalou Taalas em comunicado.
"Esta tendência de longo prazo significa que as gerações futuras serão confrontadas com impactos cada vez mais severos das alterações climáticas, incluindo temperaturas crescentes, condições climáticas mais extremas, aumento do nível do mar e perturbações nos ecossistemas marinhos e terrestres", pode ler-se no mesmo comunicado.
O boletim da agência da ONU faz parte de uma série de estudos a publicar antes da cimeira sobres as alterações climática, COP25, que terá lugar entre 2 e 13 de dezembro em Madrid.