Já se vota na Grécia para o referendo que vai decidir o futuro do país. Quase 10 milhões de eleitores são chamados a dizer se aceitam, ou não, o acordo proposto pela Comissão Europeia, FMI e BCE.
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São quase 10 milhões de eleitores que vão decidir este domingo se aceitam, ou não, o acordo proposto pela Comissão Europeia, FMI e BCE.
Para que o resultado seja válido, a participação tem de ser de pelo menos 40 por cento. O governo grego decidiu abolir o pagamento de portagens e dar descontos nos voos domésticos, nas viagens de autocarros e comboio, para estimular a votação.
Quem já votou foi o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o presidente grego, Prokopis Pavlópulos.
O primeiro ministro grego afirmou que este é o dia em que se celebra a democracia na Grécia e na Europa. O povo grego pode escolher, sublinhou Tsipras, dizendo que "muitos podem ignorar a vontade do Governo. A vontade do povo não".
Tsipras, que fez campanha pelo não, reforçou que "hoje o povo grego envia a mensagem que toma nas suas mãos o seu destino", assim como "hoje a democracia vence o medo" e "a determinação vence a propaganda do medo".
Numa mesa de voto repleta de câmaras e entre aplausos de cidadãos, Tsipras lançou também uma mensagem europeísta para reforçar que a escolha de hoje é "uma mensagem de determinação, não só para ficar, mas para viver com dignidade na Europa".
"Estou muito otimista", disse Tsipras, sobre o resultado do referendo em que os gregos vão decidir se aceitam o programa apresentado pelos credores internacionais.
Por seu turno, o presidente da Grécia, Prokopis Pavlópulos, pediu aos cidadãos para permanecerem "unidos" no "difícil caminho" que se avizinha, independentemente da opção que for escolhida hoje no referendo.
"Hoje é o dia em que as pessoas são chamadas a pronunciar-se, colocando o seu poder discricionário no interesse público e no interesse nacional. Repito o que disse, várias vezes. O caminho difícil no dia seguinte devemos fazê-lo juntos", disse Pavlópulos depois de votar num subúrbio do norte de Atenas.
O conservador Prokopis Pavlópulos, que como chefe de Estado não falou publicamente sobre o 'Sim' ou o 'Não' ao acordo, defendeu, contudo, a participação no referendo.
Antes do presidente votaram vários ex-primeiros-ministros, todos apoiantes do 'Sim', incluindo o último primeiro-ministro, o conservador Andonis Samaras.
As mais de 19 mil assembleias de voto abriram às 07:00 (05:00 em Lisboa) e fecham às 19:00 (17:00 em Lisboa), antecipando-se uma longa noite para os líderes europeus e para os principais atores financeiros.
O referendo, o primeiro desde 1974, serve para os gregos decidirem se aceitam o programa apresentado pelos credores internacionais (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) há mais de uma semana.