Alguns dos jovens europeus que combatem no Estado Islâmico já manifestaram o desejo de regressar a casa. Esse regresso causa alguma preocupação, mas o professor Olivier Roy do Instituto Universitário de Florença, especialista em Islão político, não acredita que todos os jovens sejam uma ameaça para o país de origem.
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Muitos regressam desiludidos. Mas para Olivier Roy «nem todos são uma ameaça para os países de origem. Os jovens europeus que estão do Estado Islâmico querem combater. Não vão regressar para serem terroristas. Muitos já estão desapontados e querem regressar, mas não para fazer ataques».
O professor do Instituto Universitário de Florença diz que a organização extremista é um exercito forte mas não mais do que isso. «O Estado Islâmico é uma organização regional. Eles só atacaram pessoas do Ocidente quando foram bombardeados. São mais perigosos para as populações locais». E acrescenta «eles combatem todos que não são sunitas. Eles não querem compromissos. Limitam-se a matar».
Oliver Roy olha para o Estado Islâmico ignorando a propaganda em que o grupo é mestre e não vê razão para o medo que se gerou. A expansão territorial que conseguiu também não tem margem para avançar mais.
«Eles conquistaram todos os territórios dos sunitas. Se forem para sul têm a Arábia Saudita e a Jordânia, que defendem bem as suas fronteiras. Israel e o Egipto, eles também não derrotam. Eles já atingiram o limite territorial».
Na opinião deste especialista em Islão político, o combate ao Estado Islâmico vai vai colocar lado a lado os eternos inimigos, o Irão e os Estados Unidos.