Mati foi completamente consumida pelas chamas. Pelo menos 26 pessoas morreram aqui, ao tentar fugir do fogo de carro.
Corpo do artigo
Centenas de pessoas fugiram de barco de Mati para o porto de Rafina, escapando ao incêndio que provocou a morte de, pelo menos, 74 pessoas e feriu outras 187 na segunda-feira, nos arredores de Atenas.
Cerca de 170 clientes do hotel Ramada Atica Riviera, mais uma centena de habitantes locais, procuraram refúgio no estabelecimento e foram resgatados com o auxílio de embarcações que vieram de vila de Rafina, a sede do concelho, para ajudar nas operações de socorro.
"Eu estava no porto de Rafina a recebê-los. O incêndio foi muito rápido", contou Giorgos, responsável pela manutenção do hotel, que já está adiantado na limpeza do espaço exterior que já está pronto a abrir.
"Só precisamos de saber se vamos ter eletricidade, porque agora estamos a usar um gerador, e água para o serviço normal", acrescentou.
O hotel é um dos poucos edifícios sem marcas do incêndio que lavrou na segunda-feira nesta região costeira nos arredores de Atenas que provocou, pelo menos, 74 mortos e 187 feridos, vários dos quais em estado muito grave, segundo fontes oficiais.
Mais de 1.500 casas foram afetadas e mais de 300 viaturas completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde muitos habitantes da capital têm segunda casa e onde passam férias de verão.
Os feridos em pior estado foram assistidos nos hospitais mais próximos e os desalojados colocados em hotéis ou em casa de familiares ou amigos, disse à Lusa na terça-feira à noite presidente da autoridade municipal de Rafina-Pikermi, Valeis Bournous.
O bairro de Rafina estava esta manhã quase deserto, sendo visível o cenário de destruição de casas, carros e árvores queimadas, postes de eletricidade derrubados pelo fogo.
Um agente da polícia grega que não se identificou estacionou o carro para impedir a circulação de automóveis pela rua Leof Posidonus e afirmou à Lusa que vão ser iniciados os trabalhos de limpeza dos destroços e detritos das ruas.
Para a região foram mobilizados elementos da polícia, bombeiros e exército para ajudar nos esforços das autoridades gregas, que continuam à procura de eventuais vítimas do incêndio, em terra ou no mar.
O Governo de Alexis Tsipras decretou três dias de luto e pediu ajuda internacional na noite de segunda-feira, tendo já alguns países respondido com meios de apoio.
O executivo grego já desbloqueou uma verba de 20 milhões de euros, procedente do Programa de Investimento Público, destinada à ajuda imediata e a cobrir as necessidades das zonas mais afetadas.
O ministro da Administração Interna português, Eduardo Cabrita, anunciou na terça-feira que Portugal disponibilizou 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB) para ajudar a combater os incêndios na Grécia, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.