Cuba "não precisa que o Império nos presenteie com nada", nem esquecerá "o passado de confrontos com Washington". Palavras do ex-líder cubano num artigo de opinião com o título: "O irmão Obama".
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Neste artigo, escrito a 27 de março, mas só publicado esta segunda-feira, Fidel Castro, escreve "os nossos esforços serão legais e pacíficos, porque o nosso compromisso é com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivem no planeta".
Na visita a Havana, há uma semana, o presidente dos Estados Unidos afirmou que é hora de esquecer o passado e olhar para o futuro.
Fidel Castro diz que estas não passam de "palavras melosas" e que os cubanos "correram risco de enfarte" ao ouvir Obama falar de cubanos e norte-americanos como "amigos, família e vizinhos", citando uma lista de divergências entre os dois países.
Acrescenta ainda: "que ninguém se iluda, o povo deste país nobre e desinteressado não renunciará à glória, aos direitos e à riqueza espiritual que conquistou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura".
Fidel criticou ainda as palavras de Barack Obama sobre "enterrar os últimos vestígios da Guerra Fria". Defende que o presidente dos Estados Unidos deve refletir sobre o que classifica como "uma modesta sugestão", e evitar fazer teorias sobre a política cubana.
Fidel Castro governou Cuba até 2006 e em agosto completa 90 anos.