
Pedro Matador
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Pedro Matador, com 100 assassinatos nas costas, analisa os crimes do momento no Brasil num programa sobre o assunto no YouTube.
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No Brasil, há muitos crimes.
Logo, há muitos programas sobre crime nacionais, regionais, estaduais, municipais na rádio, na TV e agora até no YouTube.
Logo, há muitos apresentadores de programas sobre crime, dos mais sóbrios aos mais folclóricos.
E logo há muitos comentadores, de ex-agentes da polícia a ex-promotores do Ministério Público.
Mas nenhum comentador é tão habilitado como Pedro Rodrigues Filho. Pedro Matador, como também é conhecido, comenta crimes nacionais no YouTube com a autoridade de quem matou mais de 100 pessoas, cumpriu 42 anos de prisão e é chamado o maior serial killer do Brasil.
Ninguém melhor do que ele para analisar as motivações do marido que matou Daniel, jogador de futebol apanhado na cama com a sua mulher, o crime mais comentado de novembro. Ou dar opinião sobre o segurança que assassinou uma jovem, sem razão aparente. Ou até a propósito do caso de uma cadelinha abatida por um cruel vigia de supermercado.
Mas não se pense que Pedro Matador, hoje com 64 anos e em liberdade há apenas sete meses, está do lado dos assassinos, como ele. Não, diz-se hoje uma pessoa da paz e aconselha até a juventude a fugir do glamour do mundo do crime. Um mundo que, diz ele, é como o diabo, o que dá com uma mão, tira com a outra.
Hoje trabalha e vive no estúdio onde é gravado o programa, muitas vezes acompanhado pelo realizador, pelo produtor e por uma assistente que, garantem, não têm medo de conviver com o colega. Os tempos em que ele só se sentia feliz no dia em que matava alguém já foram. A sua rotina agora passa por ir à igreja e andar a tirar selfies com quem reconhece o outrora temido Pedro Matador na rua.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.