O convite da NATO ao Montenegro é um processo, ainda, com pontas soltas. Esta é a opinião de Luís Tomé. O professor da Universidade Autónoma de Lisboa, coordenador do doutoramento em Geopolítica considera que a escolha do Montenegro, de integrar a Aliança Atlântica, em detrimento da sua relação bilateral com Moscovo terá, por agora, consequências económicas.
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Independente desde 2006, o Montenegro é um país jovem em busca de uma aproximação ao Ocidente. Para a NATO, os ganhos com o novo aliado são mais simbólicos. Luís Tomé explica porquê. " O Montenegro é um país muito pequeno, com 650 mil habitantes e as forças armadas têm apenas dois mil efetivos, portanto, a sua adesão à NATO, para os aliados não tem significado militar. É só político. E para o Montenegro também creio que é mais político".
A ameaça de retaliação da Rússia pode fazer mossa. Para o professor da Universidade Autónoma de Lisboa, coordenador do doutoramento em Geopolítica, vai começar pelo campo económico.
"A Rússia é um dos principais parceiros tradicionais do Montenegro. A Rússia há muito tempo que tem um relacionamento privilegiado com o país, logo o que tentará fazer é o habitual jogo do bastão e da cenoura".
Apesar da mensagem, dos Estados Unidos, que o alargamento da NATO não constitui uma ameaça, Moscovo duvida porque há muito em jogo. " A NATO diz que a porta continua aberta para outros eventuais candidatos - como a Macedónia, a Bósnia, ou a Geórgia ou Ucrânia. Tudo o que seja expansão para Leste é, para Moscovo, atentar contra os interesses da Rússia".
Para Luís Tomé é ainda cedo para perceber se o Montenegro escolheu o melhor prato da balança.