Como será o Natal num dos países mais pobres do mundo? José Arieira de Carvalho descreve um povo com muitas dificuldades mas que procura viver a mensagem religiosa da época. Mesmo já não se sentindo um estrangeiro em Kinsagani, o missionário comboniano não esconde as saudades de casa que no Natal ainda são maiores.
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A TSF falou com um português que vive há mais de uma década na República Democrática do Congo.
José Arieira de Carvalho descreve um povo perseguido pela pobreza e que procura viver a mensagem religiosa desta época.
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Para o missionário comboniano este Natal é o décimo terceiro na República Democrática do Congo. Por isso, não se sente um estrangeiro em Kisangani, uma cidade com cerca de dois milhões de habitantes. Diz que a República Democrática do Congo é a agora a sua casa. Mas isso não faz com que desapareçam as saudades de Viana do Castelo. Sente "falta do bacalhau e saudades de estarmos todos juntos, os irmãos, as irmãs e os sobrinhos".
Em Kinsagani, o Natal é diferente do que se vive na Europa. "As pessoas preparam-se bem e a celebração é muito bela e longa, mas nem sequer damos conta. A missa de Natal pode durar três horas".
A outra diferença está relacionada com a febre das compras. Os congoleses gostam de oferecer presentes mas o poder de compra não permite nenhuma corrida às lojas. "O salário médio é de 1 euro por dia".
José Arieira de Carvalho confessa que, durante o tempo que passou na República Democrática do Congo, ganhou uma profunda admiração por um povo que não se deixa derrotar por nada. "De manhã ainda não sabem o que vão comer durante o dia. É um milagre como esta gente vive. À pobreza juntam-se outras coisas como a guerra e o Ébola".