Esta terça-feira toma posse o novo Presidente do país, Ivan Duque. Na despedida, Juan Manuel Santos deixou desejos de paz, dois anos depois do acordo com as FARC.
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O Presidente da Colômbia, que foi distinguido com o Nobel da Paz devido aos esforços para pôr fim à guerra civil no país, termina esta terça-feira um mandato de oito anos. Toma posse o novo Presidente, Ivan Duque.
Prestes a deixar o poder, Juan Manuel Santos defendeu que o país não pode resignar-se a sofrer uma guerra civil como se fosse um país condenado à violência. No último discurso como chefe de Estado, o Presidente fez um balanço positivo e destacou o acordo de paz em 2016 com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
"A Colômbia não pode resignar-se a sofrer uma guerra sem fim, como se fossemos um país condenado à violência. Se existe uma oportunidade, uma única oportunidade, de parar esta guerra, temos de tentar", declarou, "pelas vítimas, pelos camponeses deslocados das suas terras, pelas mãos que viram morrer os seus filhos, por aqueles que perderam tudo menos a esperança - procuramos a paz! E hoje, quando conseguimos o fim do conflito de mais de meio século com as FARC, podemos finalmente, entre todos, começar a construir a paz".
Melissa Gomes Mesa, uma das responsáveis pelo Centro Fé e Cultura, um organismo colombiano que tenta reconciliar as populações colombianas depois da guerra, está preocupada com a viragem política que hoje é consumada.
Em entrevista à TSF, Melissa considera que a governação de Ivan Duque pode inverter algumas políticas do presidente cessante Juan Manuel Santos.
"O novo governo foi um contínuo opositor de todo o processo de paz, e por isso, achamos que estão em risco alguns actos, como a participação politica dos antigos guerrilheiros das FARC (que é um dos pontos importantes do acordo) e algumas questões relacionadas com a justiça. Se estes temas caíssem, também cairia por terrra muito do trabalho que temos feito", defende.