O presidente norte-americano, Barack Obama, disse hoje estar «aberto ao compromisso» com os republicanos do Congresso para permitir a saída do impasse orçamental nos Estados Unidos, mas sublinhou que os mais ricos vão ter de pagar mais impostos.
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Na primeira conferência de imprensa desde a reeleição a 6 de novembro, o presidente norte-americano disse querer chegar a um «acordo consequente» e «completo» com os republicanos do Congresso, para evitar o chamado «precipício orçamental».
Em causa está a entrada automática em vigor dos cortes nas despesas públicas e da subida dos impostos para todas as famílias no início de 2013, o que geraria uma onda recessiva na economia.
«Estamos confrontados com um verdadeiro desafio, que nos obriga a tomar decisões importantes em matéria de emprego, de impostos e de défice até ao final do ano. Como já disse, estou aberto ao compromisso e estou aberto a novas ideias», afirmou o Presidente, que se reúne na sexta-feira na Casa Branca com os líderes democratas e republicanos do Congresso.
No entanto, Barack Obama alertou que espera pôr fim às isenções fiscais de que beneficiam os mais ricos, aprovadas pelo seu antecessor republicano, George W. Bush, um aspeto que deverá fazer parte do acordo bi-partidário.
«Se o Congresso não agir até ao final do ano, os impostos de toda a gente vão aumentar automaticamente, incluindo os dos 98% norte-americanos que ganham menos de 250.000 dólares por ano e os das 97% pequenas e médias empresas cujo volume de negócios é inferior a 250.000 dólares. É absurdo. A nossa economia não pode permitir isto neste momento», defendeu.
Obama acrescentou ainda que «a outra possibilidade é votar uma lei rapidamente que vai impedir qualquer aumento de impostos dos rendimentos até 250.000 dólares e isso quer dizer que toda a gente, incluindo os norte-americanos mais ricos, obtém uma redução de impostos».
Para o Presidente norte-americano, o Congresso «não pode fazer a classe média refém» enquanto debate os cortes fiscais para os mais ricos.
O «precipício orçamental» foi o resultado legal de uma disputa entre democratas e republicanos, quando negociavam o aumento do limite da dívida federal, em agosto do ano passado, um impasse que levou o país à beira do incumprimento de pagamentos.