O presidente democrata dos EUA, Barack Obama, recebeu na quinta-feira, durante 50 minutos, o presidente republicano da Câmara dos Representantes, John Boehner, sem que tenha sido alcançado um acordo orçamental, noticia a AFP.
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Os dois homens «tiveram uma reunião franca na Sala Oval [da Casa Branca] esta noite», afirmou um porta-voz de Boehner à agência noticiosa, em mensagem por correio eletrónico.
Quando faltam 20 dias para a ocorrência eventual do designado "muro" ou "precipício orçamental", «as linhas de comunicação permanecem abertas», acrescentou o porta-voz republicano, empregando os mesmos termos de um alto responsável da Casa Branca, e sem revelar qualquer detalhe das negociações.
Na terça-feira, uma conversa telefónica entre Obama e Boehner tinha sido descrita de forma similar.
Os dois dirigentes, que se tinham reunido pessoalmente pela última vez no domingo, estão empenhados em discussões intensas, mas até agora infrutíferas, para evitar aos EUA uma cura forçada de austeridade.
Antes da reunião, Boehner repetiu a sua exigência de reduções profundas das despesas públicas em troca de qualquer compromisso orçamental.
«O presidente não está a ser sério na baixa das despesas. Portanto, o problema está nas despesas», declarou o chefe republicano.
Os dois campos aproximam-se perigosamente da data limite do final do ano, quando as reduções de impostos aprovadas no mandato do Presidente republicano George W. Bush expiram automaticamente, tal como as despesas públicas devem também ser reduzidas, segundo uma lei votada em 2011.
Todos estão de acordo com a manutenção do corte de impostos para 98 por cento das famílias, mas os democratas opõem-se à sua recondução para os dois por cento dos norte-americanos mais ricos.
As propostas distintas apresentadas por Obama e Boehner estão distanciadas por várias centenas de milhares de milhões de dólares.
Enquanto Barack Obama se propõe superar o défice principalmente através da subida dos impostos sobre os rendimentos mais elevados, os republicanos continuam a defender uma redução draconiana das despesas do Estado federal, designadamente nas áreas da saúde e segurança social.