O presidente dos Estados Unidos deslocou-se de surpresa à capital do Afeganistão, para assinar com o presidente Hamid Karzai o compromisso dos Estados Unidos em apoiar o país depois da retirada das tropas norte-americanas.
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Barack Obama disse em Cabul, citado pela agência Associated Press, que os custos da guerra foram enormes e que o acordo com o Afeganistão abre o caminho para «um futuro de paz».
Hamid Karzai afirmou que o acordo sela uma «parceria igual entre o Afeganistão e os Estados Unidos», ainda segundo a AP.
O acordo foi assinado no palácio presidencial em Cabul, pouco depois de Obama ter aterrado na capital afegã, já depois de cair a noite.
A viagem de Barack Obama acontece quando se assinala o primeiro aniversário da morte de Osama bin Laden, o mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001, que estão na origem da invasão do Afeganistão em 7 de outubro do mesmo ano.
A parceria agora assinada estabelece as balizas políticas da relação entre os Estados Unidos e o Afeganistão nos domínios da segurança, economia e governação para além de 2014, a data prevista para a retirada total das forças internacionais que combatem os rebeldes talibãs no Afeganistão.
O acordo é, no entanto, limitado, para além dos grandes desígnios políticos de garantir ao Afeganistão a sua soberania e a promessa de que não será abandonado e de permitir aos Estados Unidos darem por findos os combates, mas de manterem um pé no terreno.
O acordo não compromete os Estados Unidos com a presença específica de um número de tropas ou com quaisquer gastos. Confere no entanto o direito aos Estados Unidos manterem tropas no terreno depois do fim da guerra, com dois propósitos essenciais: continuação do treino das forças armadas afegãs e a continuação de operações contra a Al-Qaeda, cujas bases principais se encontram atualmente no vizinho Paquistão.
Fontes oficiais não identificadas pela AP têm dito que um total de 20 mil militares norte-americanos deverá permanecer no Afeganistão depois do fim da missão de combate, mas este é um número que terá ainda de ser negociado. Por outro lado, a casa Branca compromete-se a procurar anualmente junto do Congresso o dinheiro para apoiar o Afeganistão.