
Barack Obama
REUTERS/Yuri Gripas
O Presidente norte-americano, Barack Obama, felicitou hoje o Paquistão pela forma como decorreram as eleições parlamentares de sábado e expressou o desejo de continuar a cooperar com o Governo paquistanês que saia das urnas.
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Os Estados Unidos apoiam todos os paquistaneses, dando as boas vindas a esta transferência de poder civil, histórica, pacífica e transparente, o que é um marco significativo no progresso democrático do Paquistão", disse Barack Obama, num comunicado difundido pela Casa Branca.
Nas palavras do Presidente norte-americano, o povo paquistanês afirmou o seu compromisso com um Governo democrático ao realizar campanhas competitivas, mas onde exerceram de forma livre os seus direitos democráticos, resistindo contra a intimidação dos grupos extremistas.
"Os Estados Unidos e o Paquistão têm uma larga história de trabalhar em conjunto por interesses comuns e a minha administração espera continuar esta cooperação com o Governo paquistanês que saia desta eleição, como parceiros que apoiam um futuro mais estável, seguro e próspero para o povo do Paquistão", acrescentou Obama.
O partido do ex-primeiro-ministro conservador Nawaz Sharif perfilava-se hoje para ocupar pela terceira vez a chefia do Governo paquistanês, depois de formar uma coligação parlamentar, para a qual, segundo alguns analistas, irá recorrer aos partidos mais pequenos.
O partido de Sharif, a Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N), deverá alcançar no parlamento o triplo dos lugares dos seus rivais e aponta para uma maioria, que, não sendo absoluta -- já que precisaria de 137 deputados --, vai permitir a Sharif governar quase sozinho, sem necessitar do apoio de outros grandes partidos, e com a aliança com as forças regionais a aparecer como a maior probabilidade.
Este regresso em grande tem para Sharif o sabor da vingança, aponta a agência de notícias francesa AFP, que lembra que o agora primeiro-ministro foi afastado pelo golpe de Estado do general Pervez Musharraf em 1999, tendo sido obrigado a partir para o exílio.
Sharif está agora prestes a tornar-se no primeiro responsável político paquistanês a tornar-se primeiro-ministro pela terceira vez.
Sucede no poder ao grande derrotado neste escrutínio, o Partido do Povo, do presidente Asif Ali Zardari, caído em desgraça por causa da crescente insegurança no país e por causa dos maus resultados económicos.
As televisões locais preveem para Sharif mais de 115 lugares no Parlamento entre os 272 deputados eleitos diretamente. Abaixo deverá surgir o Movimento para a Justiça (PTI), de Imran Khan, e o PPP, na cauda, com cerca de 30 lugares.
Este escrutínio é histórico porque vai permitir que um Governo civil dê lugar a outro depois de um mandato completo de cinco anos, algo que ocorre pela primeira vez na história do país, marcado pelos golpes de Estado militares.
As ameaças de ataques por parte dos rebeldes talibãs não conseguiram fazer esmorecer o entusiasmo dos paquistaneses nestas eleições, tendo-se registado uma forte participação, próxima dos 60%, algo nunca visto depois das eleições de 1977.