O presidente dos Estados Unidos garantiu hoje ao seu homólogo francês que a espionagem a países aliados tinha terminado, classificando-as como "práticas inaceitáveis".
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O telefonema de Barack Obama a François Hollande surge no mesmo dia em que foi noticiado que agências governamentais norte-americanas tinham espiado líderes franceses.
"O Presidente Obama reiterou sem ambiguidades o seu firme compromisso de parar estas práticas que tiveram lugar no passado e que são inaceitáveis entre aliados", informou a Presidência francesa em comunicado.
Um alto responsável do serviço de informações francês vai deslocar-se "nos próximos dias" aos Estados Unidos para falar com as autoridades sobre as revelações de que três presidentes franceses foram escutados pelos norte-americanos, anunciou hoje o governo francês.
O "coordenador do serviço de informações francês" junto da Presidência francesa, Didier Le Bret, deverá "fazer o balanço de todas as disposições acordadas entre a França e os Estados Unidos" em matéria de espionagem, declarou o porta-voz do governo, Stéphane Le Foll, à saída da reunião semanal do Conselho de Ministros.
O Governo francês considerou "inaceitável a espionagem entre aliados" e o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou para o final da tarde de hoje a embaixadora dos Estados Unidos em França, Jane Hartley, para prestar explicações, adiantou o porta-voz.
Os documentos - classificados de secretos e que parecem indicar que os presidentes franceses Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande foram espiados entre 2006 e 2012 - foram divulgados pela WikiLeaks em parceria com o jornal francês Liberation e o 'site' Mediapart.
A Casa Branca não se pronunciou sobre o passado, mas disse não ter atualmente como alvo as comunicações de Hollande, nem pretender ter no futuro.