Numa entrevista à estação de televisão ABC, o presidente cessante dos EUA falou ainda da relação com o presidente eleito, Donald Trump.
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu hoje ter "subestimado" o impacto da pirataria informática nas democracias atuais, dias depois de os serviços secretos americanos terem revelado ingerências da Rússia nas eleições presidenciais ganhas por Donald Trump.
Numa entrevista à cadeia de televisão ABC, o presidente cessante rejeitou, no entanto, ter subestimado o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
Segundo os serviços de informações norte-americanos foi Putin quem orquestrou a campanha de ataques informáticos e de manipulação dos media para favorecer a eleição de Donald Trump em detrimento de Hillary Clinton. Todavia, o Kremlin desmente qualquer envolvimento na campanha de pirataria informática descrita pelos serviços de espionagem norte-americanos.
"Mas penso que subestimei a forma como é possível, nesta nova era da informação, desinformar, estes ataques informáticos terem um impacto nas nossas sociedades abertas, insinuando-se nas nossas práticas democráticas", declarou Barack Obama.
Obama, que na terça-feira profere em Chicago o seu discurso de despedida da Casa Branca, realçou que vários países aliados dos Estados Unidos no âmbito da NATO - entre os quais a França - vão realizar eleições dentro de poucos meses.
"Devemos todos estar vigilantes", alertou o chefe de Estado norte-americano.
Entre Obama e Trump há muitas diferenças
Sobre a sua relação com Trump, Barack Obama disse hoje que as reuniões recentes com o milionário foram "cordiais". "Ele mostrou-se aberto a ouvir sugestões", disse Obama sobre Trump, descrevendo-o como "muito charmoso e sociável".
Ainda assim, o 44.º presidente dos Estados Unidos advertiu o seu sucessor de que há diferenças entre conduzir uma campanha presidencial e governar e que este "não poderá gerir a presidência da mesma forma como gere uma empresa familiar".
Barack Obama referiu ainda que Donald Trump "não dedicou muito tempo a divulgar os detalhes" sobre as suas políticas, algo que é ao mesmo tempo "uma força e uma fraqueza".