O Presidente dos EUA telefonou a seu homólogo russo para discutir «a escalada de violência no leste da Ucrânia». A conversa decorreu a poucas horas da reunião que se realiza hoje em Minsk com os líderes da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha.
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A capital da Bielorrússia vai estar hoje no centro das atenções europeias. O encontro para tentar alcançar um acordo de paz duradouro para a Ucrânia vai contar com representantes do mais alto nível. Vão sentar-se à mesma mesa, em Minsk, o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, o Presidente russo, Vladimir Putin, o Presidente francês, François Hollande e a chanceler alemã, Angela Merkel.
Antes desta reunião, Barack Obama fez um esforço diplomático ao telefonar a Vladimir Putin na última noite.
«O Presidente Obama sublinhou o crescente número de perdas de vidas humanas nos combates e destacou a importância de o Presidente Putin aproveitar a oportunidade apresentada pelas atuais conversações entre Rússia, França, Alemanha e Ucrânia para alcançar uma solução pacífica», revelou a Casa Branca, através de um curto comunicado.
Fonte da presidência dos Estados Unidos faz questão de dizer, ainda, que se Moscovo continuar com as ações agressivas a Ucrânia, vai pagar mais caro por isso.
O aviso surge a poucas horas das conversas em Minsk, a capital da Bielorrússia, e quando ainda não há acordo entre as partes em conflito.
Ontem à noite, a agência de informação russa, Tass, chegou a avançar que havia um pré-acordo, para um cessar-fogo, com um plano de retirada do armamento pesado. Uma informação que depois foi desmentida pelos representantes dos rebeldes, que disseram ser muito cedo para falar em entendimentos.
Os separatistas pró-russos adiantam ter feito uma proposta para diminuir a escalada da violência e agora esperam a resposta de Kiev, para que as conversas do grupo de contacto possam ser retomadas.
Este grupo inclui dirigentes da Rússia, da Ucrânia e da Organização para a segurança e cooperação na Europa.
Eles procuram chegar a um acordo que possa depois ser assinado por Putin, Poroshenko, François Hollande e Angela Merkel com o objetivo de por fim a uma guerra que começou há 10 meses, já fez cerca de 5500 mortos e 13 mil feridos.
Sandra Fernandes, diretora do curso de Relações Internacionais da Universidade do Minho e especialista em questões dos antigos estados soviéticos considera fundamental o encontro de Minsk para se perceber em que sentido vai evoluir este conflito.
Na opinião desta especialista, a Rússia está a tentar travar o ciclo histórico iniciado depois da guerra fria, período durante o qual a União Europeia e a Nato têm definido as dinâmicas europeias.
Sandra Fernandes, escutada pela TSF, não revela grandes expectativas relativamente à reunião que hoje se realiza em Minsk por achar que se está a caminhar para um "conflito congelado", ou seja, nem a Ucrânia recupera o controlo das zonas ocupadas pelos rebeldes, nem a Rússia anexa.