Por uma questão de "princípio", ativista angolano estará convencido a recusar parar o protesto
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Fraco e numa cadeira de rodas, o ativista angolano Nuno Dala continua determinado na recusa em acabar com a greve de fome que dura há 32 dias. É esse o relato do advogado que confessa que já tentou, sem sucesso, convencer o cliente a recuar nesta forma de protesto.
À TSF, Luís Nascimento, explica que Nuno Dala, um dos 17 ativistas angolanos condenados há algumas semanas em Luanda por "atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores", mantém o protesto porque contesta que o sistema judiciário lhe tenha retirado livros, cadernos, roupas, calçado, um computador e 38 mil kwanzas (cerca de 200 euros).
Dinheiro que o advogado admite "não ser absolutamente nada em Angola, apesar de ser útil para a família". Luís Nascimento fala essencialmente numa questão de "princípio pois ninguém lhe devia ter retirado nada".
Além da devolução dos bens apreendidos, Nuno Dala exige aos serviços prisionais que lhe sejam entregues os resultados dos vários exames que tem feito desde que foi detido.
Luís Nascimento admite que o cliente está numa situação de saúde grave que pode atingir um ponto de não retorno.
Nuno Dala tem 31 anos e é professor universitário. Foi condenado no dia 28 de março a uma pena de prisão de quatro anos e seis meses, com outros 16 ativistas angolanos.