"Obrigado." Autarca de Londres afirma que capital britânica mostrou que está "unida contra o racismo"
Apesar da convocação para a noite de quarta-feira de até três dezenas de protestos da extrema-direita em cidades britânicas, os receios de uma nova onda de violência não se concretizaram
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O 'mayor' de Londres, Sadiq Khan, afirmou esta quinta-feira que a capital britânica mostrou que está "unida contra o racismo", depois de milhares de pessoas terem saído às ruas na noite de quarta-feira para repudiar as ações violentas da extrema-direita.
Apesar da convocação para a noite de quarta-feira de até três dezenas de protestos da extrema-direita em cidades britânicas, os receios de uma nova onda de violência não se concretizaram.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, Khan, de religião muçulmana, também prestou homenagem aos agentes da polícia pelos fortes dispositivos de segurança e agradeceu a todos os que se manifestaram "pacificamente".
"Gostaria de prestar homenagem ao excelente trabalho dos nossos polícias em Londres na noite passada. E àqueles que se manifestaram pacificamente para mostrar que Londres está unida contra o racismo e a islamofobia: obrigado", escreveu o presidente da Câmara londrina, trabalhista, na rede social X (ex-Twitter).
"Nos últimos dias, temos assistido a uma violência e desordem terríveis em cidades de todo o país, mas isso não se repetiu na nossa capital durante a noite. A Met [Polícia Metropolitana de Londres] tem trabalhado incansavelmente para deixar claro que este tipo de violência não será tolerado e que qualquer pessoa que procure provocar desordem e semear a divisão enfrentará todo o peso da lei", acrescentou.
Khan referiu que está em estreito contacto com a Met e sublinhou que a população local continuará a assistir a uma maior presença policial em Londres nos próximos dias, a fim de tranquilizar as comunidades.
"Estou convencido de que não há lugar para a violência, o racismo, a islamofobia e o antissemitismo na nossa cidade e nunca permitiremos que aqueles que procuram dividir as nossas comunidades vençam. Londres orgulha-se da sua diversidade e de ser uma cidade aberta e acolhedora, e sê-lo-á sempre", afirmou.
Com faixas, cartazes e cânticos, milhares de pessoas reuniram-se em frente a centros comerciais em diferentes locais, num contexto de fortes medidas de segurança adotadas pelas autoridades policiais do país para evitar mais violência.
A polícia britânica, por seu lado, referiu que a noite que passou foi calma, com manifestações "pacíficas" em mais de uma dezena de cidades do país contra os distúrbios registados durante as manifestações anti-imigração da semana passada.
O chefe da Met, Mark Rowley, sublinhou a "unidade das comunidades" ao longo da noite, após o envio de milhares de militares para várias zonas do norte do país.
"Sinto-me bem com a forma como tudo correu. Penso que mostrámos força e [...] enfrentámos os desafios que temos pela frente. Em alguns locais, houve alguns criminosos que tentaram criar desordem, pelo que os prendemos. Foi uma operação bem sucedida graças às comunidades e à polícia ", afirmou Rowley à cadeia de televisão BBC.
A chefe da polícia de Sussex, Katy Bourne, disse que os manifestantes mostraram "solidariedade" durante os protestos em Brighton.
"Havia grupos a tocar e faixas a apelar à unidade e à paz. Tanto quanto pude ver, havia apenas um par de pessoas que não partilhavam o mesmo ponto de vista", disse.
No entanto, as autoridades informaram que mais de uma centena de agentes foram feridos desde o início dos distúrbios, depois de três raparigas, incluindo uma portuguesa, terem sido mortas por um adolescente armado em Southport, um incidente que desencadeou uma onda de manifestações xenófobas e racistas no país.
No mesmo período, foram detidas cerca de 400 pessoas e pelo menos três foram condenadas pelo seu envolvimento nas manifestações violentas. Na quarta-feira, a polícia enviou uma força de 6.000 homens em resposta ao receio de novos tumultos e pilhagens.
