Os observadores da OSCE retidos pelos separatistas pró-russos, desde sexta-feira, foram apresentados hoje à imprensa em Slaviansk, bastião separatista no leste da Ucrânia.
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Seguidos pelo líder separatista local Viatcheslav Ponomarev, os oito homens, vestidos como civis e aparentemente em boa saúde, entraram na sala em que estava cerca de 60 jornalistas, avança a agência France Presse.
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«Nós somos oficiais da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa) com um estatuto diplomático», declarou, em nome do grupo, o coronel alemão Axel Schneider.
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«Nossa presença em Slaviansk é sem nenhuma dúvida um instrumento político para aqueles que tomam decisões na região. Eles vão servir-se disso nas negociações», acrescentou. «Não é uma surpresa. Eu não posso ir para casa livremente», acrescesntou.
Durante a manhã, antes de apresentar os estrangeiros diante dos jornalistas, o autarca autoproclamado Ponomarev qualificou os observadores de «prisioneiros de guerra».
«A nossa cidade, que está em situação de guerra, todo pessoal militar que não tenha a nossa permissão é considerado prisioneiro de guerra», sublinhou, acrescentando que os membros da missão estão detidos na Câmara de Slaviansk.
O responsável recusou, entretanto, o termo «refém». «Os observadores não são reféns, são nosso convidados», disse ainda Ponomarev.
O coronel Schneider participou no jogo de palavras do autarca, dizendo que eram «convidados». Assegurou que «estão de boa saúde», mas não foi possível ser verificada tal situação pelos jornalistas.
O grupo é composto de sete oficiais, três alemães, um polaco, um checo, um dinamarquês, um sueco e um tradutor. Não foi dada informações sobre os quatro ucranianos que acompanhavam a missão.
Uma delegação da OSCE encontra-se no leste da Ucrânia para negociar a libertação dos observadores militares retidos pelos separatistas pró-russos na cidade de Slaviansk, confirmou hoje, em Viena, a organização.
Cerca de 140 observadores da OSCE encontram-se desde finais de março na Ucrânia, numa missão especial, aprovada por consenso entre os 57 países da organização, ou seja, também pela Rússia.