O Observatório Sírio de Defesa dos Direitos Humanos questionou na TSF a eficácia das missões de observadores árabes, que vão começar a chegar ao país.
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Um dia depois do regime de Bashar al-Assad ter dado luz verde à entrada de observadores de países árabes, incluindo um protocolo para protecção dos civis, o presidente sírio promulgou uma lei que condena à morte todas as pessoas que tenham fornecido armas aos terroristas.
O regime de Damasco tem atribuído a responsabilidade da revolta a grupos terroristas que o presidente Assad acusa de quererem semear o caos no país.
Em declarações à TSF, Mousab Azzawi, coordenador do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, disse que só pode desconfiar da luz verde para a entrada dos observadores, considerando tratar-se de mais «uma tentativa de o regime ganhar tempo».
«A Liga Árabe não vai ter autorização para deslocar os observadores no terreno e há três questões importantes sobre as quais ainda nada aconteceu. O regime ainda não permitiu a libertação de prisioneiros, não mandou parar assassinatos, não reviu aspectos militares e não permite manifestações livres. Só ontem 121 pessoas foram mortas pelas forças do regime», frisou Azzawi, questionando como é possível «acreditar que há mesmo uma vontade real para resolver esta crise».
Mousab Azzawi considerou ainda que os observadores não vão servir para nada, referindo que «para uma país como a Síria, a Liga Árabe vai enviar, numa primeira fase, dez observadores. Como é que eles podem cobrir o país todo? Na Síria, por exemplo, num só província, há mais de cinco mil aldeias».
Por isso, o coordenador do Observatório Sírio dos Direitos Humanos questionou «como é que estes observadores podem parar a matança se não houver uma real vontade política para resolver esta crise, de uma forma pacífica?», reforçou Azzwi, acrescentando que «ainda ontem, como referi, morreram 121 pessoas. Duas eram crianças. Foram mortas indiscriminadamente por artilharia pesada, bateria anti-aéreas e armas».