A construtora Odebrecht, investigada na Operação lava Jato, decidiu colaborar com o Ministério Público Federal do Brasil.
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"Os nossos acionistas e executivos fizeram uma avaliação e reflexão que levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato". A decisão foi anunciada e justificada num comunicado intitulado: "Compromisso com o Brasil".
A construtora esclarece que a decisão de colaborar abrange o ex-presidente Marcelo Odebrecht, que está preso desde junho de 2015, assim como os principais executivos da empresa.
No entanto, os jornais "Folha de São Paulo" e "O Globo" sublinham que este acordo, em troca de uma redução de pena, ainda não está fechado. O "Globo" cita fontes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, ouvidas após a divulgação desta nota, que dizem que as negociações ainda não começaram.
Esta terça-feira, a Odebrecht foi alvo de vários mandados de busca e apreensão na 26ª fase da Operação Lava Jato. De acordo com os Procuradores do Ministério Público Federal, a construtora tinha um setor que se dedicava unicamente ao pagamento de subornos.
No comunicado divulgado ontem à noite, a Odebrecht afirma que não tem "responsabilidade dominante" sobre o esquema de corrupção investigado pela Lava Jato e diz que continua "a acreditar no Brasil".
Na terça-feira um magistrado do Supremo Tribunal brasileiro retirou a investigação sobre o ex-Presidente Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, e ordenou que passe para o Supremo. A presidente Dilma Rousseff, num discurso perante vários juristas, no Palácio do Planalto, reafirmou que não vai renunciar e afirmou que não cometeu nenhum crime.
Lula da Silva tomou posse como ministro de Dilma Rousseff há uma semana, mas a sua nomeação está suspensa, devido a vários recursos nos tribunais.
O Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva de Lula depois de o acusar formalmente de crimes de lavagem de dinheiro e falsificação de documentos, por alegadamente ter ocultado que é dono de um apartamento de luxo num edifício de uma construtora implicada no caso de corrupção da petrolífera estatal Petrobras (Operação Lava Jato).
Com o regresso do caso ao Supremo Tribunal, Lula escapa a Moro, o juiz responsável por ter aplicado 93 condenações nos últimos dois anos a implicados no caso Petrobras e que também ordenou que o ex-governante fosse levado pela polícia para ser interrogado numa esquadra de São Paulo no passado dia 4 de março.