O comissário Gentiloni considera que zona euro é resiliente, mas "as nossas economias estão a navegar em águas agitadas".
Corpo do artigo
A antecipar a apresentação do boletim macroeconómico intercalar de verão, o comissário da Economia, Paolo Gentiloni afirma que Bruxelas "acompanha" o eurogrupo na recomendação de "prudência" em relação aos estímulos económicos, no próximo ano.
Paolo Gentiloni concretiza mesmo que para países com elevada dívida pública, como é o caso de Portugal, os orçamentos do Estado devem conter "políticas responsáveis", num cenário económico comparável a "navegar em águas agitadas", principalmente devido ao impacto da guerra na Ucrânia.
"A economia da zona euro demonstrou resiliência aos impactos da guerra na Ucrânia, também devido à dinâmica da reabertura das economias pós-Covid e o recorde de baixo desemprego, mas, todos sabemos que as nossas economias estão a navegar em águas agitadas", afirmou.
TSF\audio\2022\07\noticias\11\joao_francisco_guerreiro_trad_20h_
Perante o cenário caracterizado pela "incerteza", o comissário considera que os orçamentos de 2023 devem ter a "prudência" como linha orientadora, seguindo aquilo que na tarde desta segunda-feira foi recomendado pelos ministros das Finanças da zona euro.
"A Comissão apelou aos Estados-Membros para mudarem de estímulos generalizados, para políticas mais prudentes, políticas orientadas para a estabilidade, em particular para os Estados-Membros com dívidas elevadas", destacou.
De acordo com o comissário Paolo Gentiloni, os governos devem preparar-se para enfrentar situações imprevistas na evolução da economia, que "em muitos casos" ocorrem no "sentido negativo".
"O Estados-Membros devem estar prontos a adaptar as suas políticas conforme necessário a uma situação de rápida evolução - e em muitos casos com riscos no sentido negativo", vincou, recomendando o mesmo tipo de abordagem "prudente", no caso das medidas de alívio do impacto dos preços dos combustíveis para as famílias.
"As medidas adotadas para mitigar o impacto da crise energética devem ser dirigidas às famílias mais vulneráveis", afirmou, considerando que as medidas direcionadas "devem" ser acompanhadas da manutenção dos "incentivos à eficiência energética".
Bruxelas apresenta a sua avaliação a indicadores económicos como o crescimento e a inflação no boletim macroeconómico intercalar de verão, na próxima quinta-feira.