O número de desempregados no mundo vai aumentar, em pelo menos 11 milhões, nos próximos quatro anos e as desigualdades vão agravar-se, advertiu a Organização Mundial do Trabalho (OIT), em relatório publicado na segunda-feira.
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O número de desempregados no mundo vai aumentar, em pelo menos 11 milhões,nos próximos quatro anos e as desigualdades vão agravar-se, advertiu a Organização Mundial do Trabalho.
Em 2019, mais de 219 milhões de pessoas podem estar sem emprego. De acordo com o relatório publicado, ontem, pela Organização Internacional do Trabalho, mais de 61 milhões de empregos foram perdidos desde o início da crise e os próximos anos não serão melhores.
De acordo com o director da OIT, Guy Ryder, as políticas de austeridade, sobretudo na Europa, contribuíram para este aumento. Politicas como a moderação salarial adoptadas por muitos dos países da União Europeia acabaram, segundo a OIT, por ter um efeito limitado na promoção do emprego.
No relatório, estima-se, no entanto, que a rota do desemprego continue a descer como tem vindo a acontecer desde 2014, mas será uma descida lenta devendo passar de 10,2% no ano passado para 9,9% em 2015 e 9,5% em 2017.
Neste relatório, sublinha-se ainda a elevada taxa de desemprego jovem e a este nível estima-se que que a falta de trabalho entre os mais novos se manterá em média 3 vezes acima da taxa de desemprego geral.
Também o desemprego de longa duração merece atenção especial. O relatório indica que a média da taxa de desempregados há mais de um ano subiu de 38,5% em 2008 para 50% em 2014 com Portugal a registar a terceira taxa mais elevada, 62,4%, sendo apenas suplantado pela Grécia e pela Itália.
Relativamente aos salários, a OIT não prevê grandes mudanças uma vez que o ritmo de ofertas de emprego não cria pressão sobre os empregadores.