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A Polícia Militar brasileira já matou 434 pessoas em confrontos só no primeiro trimestre de 2019, uma média de sete óbitos por dia, o registo mais letal desde 1998.
No Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, oito pessoas morreram em operação da Polícia Civil. Circulam nas redes sociais vídeos, nos quais é possível ouvir o som de disparos quando o helicóptero da corporação sobrevoa a comunidade, de acordo com o site brasileiro G1 .
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A aplicação "Onde Tem Tiroteio" revela que, desde as 11h00 (15h00 em Lisboa), têm-se gerado intensos confrontos na localidade Vila do João. Segundo a polícia, duas pessoas foram presas, e foram apreendidos explosivos, como granadas.
Por volta das 11h00, "teve início uma operação policial na região do Conjunto Esperança, Vila do João, Vila do Pinheiro e Salsa & Merengue. Recebemos informes de que três carros blindados estão circulando na região e o helicóptero blindado está dando tiro de cima para baixo", escreve a organização não-governamental Redes da Maré, na sua página de Facebook.
"A Clínica da Família da Vila do Pinheiro e o Centro Municipal de Saúde da Vila do João seguem fechados. Recebemos informes de educadores de que há intensos confrontos nas proximidades de escolas da região", acrescenta.
De acordo com a polícia do Rio de Janeiro, está em andamento uma operação no local para capturar foragidos. Um dos objetivos da ação era prender o traficante Thomas Jayson Gomes Vieira, que fugiu do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
O balanço trimestral da Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro desvela que a Polícia Militar matou 434 pessoas em confronto, só entre janeiro e março deste ano. Chamavam-se "autos de resistência", mas hoje designam-se por "mortes por intervenção policial", e fizeram, assim, sete vítimas mortais por dia.
As mais de 400 mortes representam o registo mais elevado desde 1998. No ano passado, foram contabilizadas 368 mortes.