Omri Shtivi: "O meu irmão é um civil inocente. Parece que 7 de outubro foi ontem"
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A 7 de outubro de 2023, milhares de pessoas, a maioria jovens, estavam a divertir-se no Nova Music Festival. Ao nascer do dia, os militantes do Hamas começaram a atacar Israel e encurralaram os festivaleiros. Mais de 360 morreram e quase meia centena foram levados como reféns para a Faixa de Gaza. Uma das vítimas era Idan Shtivi, um cidadão luso-israelita. A TSF entrevistou o irmão, Omri, antes da confirmação da morte de Idan.
Omri, onde estava o seu irmão quando foi raptado pelo Hamas?
O meu irmão Idan é um civil inocente, é um cidadão português que foi ao Nova festival na pausa do semestre dos estudos universitários. Quando estava na festa, festa da música da paz no Nova festival, quando estava a regressar ao nascer do dia, às 6h25, quatro minutos antes do ataque de rockets do Hamas, ele tentou regressar a casa em Telavive, mas os terroristas do Hamas atacaram-nos, dispararam sobre o seu carro e raptaram-no.
Que informações tem sobre o seu irmão?
Sabemos que o Idan estava ferido, ferido gravemente, quando foi raptado. Os terroristas do Hamas dispararam contra o carro, mataram duas pessoas que o Idan estava a tentar salvar, porque ele tomou a responsabilidade quando estava a sair do festival. E agora sabemos que agora Idan é um dos reféns do Hamas em Gaza. Isto é a única coisa que sabemos.
Como descreve o ano que passou, um ano de guerra?
Foi um ano difícil, muito difícil. Muitas emoções. Para mim, parece que o 7 de outubro foi ontem, mas foi um ano longo, foram dias muito longos, a lutar, a tentar fazer tudo e ajudar para trazer o Idan para casa. Tentámos também pedir ajuda às autoridades de Portugal. Estivemos em Portugal duas vezes, a minha mãe esteve em Portugal três vezes porque nós temos a nacionalidade portuguesa e o Idan também. Tentámos obter o contacto do Governo e este ano foi muito difícil. Ainda é muito difícil. O Idan ainda está em Gaza e o nosso coração está partido.
Omri vive em Telavive. Como é viver hoje aí, assistiu ao ataque do Irão?
É muito muito difícil. Nós vimos o ataque, vimos os rockets, estávamos nos abrigos. É terrível quando penso que os membros do Hamas, Hezbollah e o Irão ataquem Israel, ataquem o nosso povo. Esses ataques vêm do ódio e, não sei, eles só querem matar e destruir. Destruir Israel, os judeus, o nosso povo e estamos a lutar pela esperança, para nos protegermos, mas eles só querem matar sem qualquer justificação.
Ainda tem esperança de encontrar o seu irmão com vida?
Sim, temos esperança. Temos de segurar esta esperança, devemos acreditar e sei que o vamos ver. Sabemos que o queremos ver amanhã, não vamos parar de lutar. Estamos claro neste pesadelo, mas há alguma esperança de o ver, de o abraçar. Só quero sentar-me com ele e beber um café, passar tempo com ele.