OMS diz que Hospital Nasser "não funciona mais" e alerta para "custo pago pela vida dos pacientes"

Tedros Ghebreyesus
Fabrice Cofrini/AFP
Equipa da OMS não foi autorizada a entrar nas instalações. O diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus, adianta que há pelo menos 200 pacientes no segundo maior hospital da Faixa de Gaza.
Corpo do artigo
O Hospital Nasser, em Khan Younis, na Faixa de Gaza, deixou de ter condições para funcionar e há pelo menos 20 pessoas que precisam de ser tratadas "com urgência", alertou este domingo o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, pedindo que o acesso aos doentes seja facilitado.
"Depois de uma semana de ataques contínuos, o Hospital Nasser não funciona mais. Tanto ontem como anteontem, a equipa da OMS não foi autorizada a entrar no hospital para avaliar as condições dos pacientes e as necessidades médicas, embora tenha chegado ao complexo hospitalar para entregar combustível", denunciou Tedros Gebreyesus, numa mensagem partilhada na rede social X (antigo Twitter).
"Ainda há cerca de 200 pacientes no hospital. Pelo menos 20 precisam de ser transferidos com urgência para outros hospitais. O encaminhamento médico é um direito de todos os pacientes. O custo dos atrasos será pago pela vida dos pacientes", acrescentou.
O diretor da OMS insistiu ainda para que "o acesso aos pacientes e ao hospital seja facilitado".
O Hospital Nasser foi o mais recente de uma série de hospitais que as forças israelitas sitiaram e invadiram durante a guerra, alegando que o Hamas os estava a usar para fins militares. Os ataques destruíram o setor da saúde de Gaza, que luta para tratar um fluxo constante de pessoas feridas em bombardeamentos diários.
O direito internacional proíbe atacar instalações médicas, embora estas possam perder essas proteções se forem utilizadas para fins militares. Mesmo assim, Israel deve tomar precauções e seguir princípios de proporcionalidade, afirmou o Gabinete de Direitos Humanos da ONU, acrescentando que "como potência ocupante" Israel tem o dever de manter instalações médicas.
Israel está realizar uma massiva incursão militar na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, após o movimento islamita Hamas ter atacado o território israelita e provocado 1200 mortos e 240 reféns.