É um sublinhado que chega da Organização Mundial de Saúde: um caso de ébola fora de África não significa que o país onde isso acontece seja afetado pela epidemia.
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No dia em que a Comissão Europeia anuncia que vai verificar a eficácia do controlo nos aeroportos dos países mais afetados pelo vírus, a OMS lança assim o mote para que seja colocado algum travão no alarme que tem sido gerado à volta do ébola.
No último balanço feito esta manhã pela OMS, já ultrapassa os 4500 o número de mortos vítimas da doença e, até o fim da semana, esperam-se mais de 9000 casos.
A diretora do departamento de Prevenção e Tratamentos contra Epidemias explicou em conferência de imprensa que entre as vítimas mortais, os profissionais de saúde continuam a ser muito afetados. Em 427 casos mais de metade acabou por morrer.
Numa altura em que começam a surgir casos fora dos países africanos, como Espanha e Estados Unidos, Isabel Nutall esclarece que isso não significa que esse país vai ser atingido pela epidemia: «Há uma diferença entre um caso que surge num país e o ébola espalhar-se nesse mesmo país». A responsável da OMS diz que a organização está a «trabalhar com os Estados para que se preparem».
Neste momento, 14 países estão na lista de prioridades. Isabel Nuttal diz que «foram escolhidos porque são realizadas muitas viagens entre eles ou porque têm fronteiras terrestres com as nações afetadas». «Reconhecemos que a doença pode chegar a outros países, como Espanha e EUA», continua a responsável da OMS, concluindo no entanto que «esses países estão bem preparados para enfrentar uma doença como ébola: têm sistemas de saúde fortes e bom controlo de infeções para e impedir a doença de se espalhar»
Entretanto, os ministros da Saúde da União Europeia decidiram hoje lançar uma revisão imediata da monitorização dos passageiros com origem nos países atingidos pelo Ébola na África Ocidental, anunciou hoje o comissário europeu da Saúde, Tonio Borg.
A Comissão Europeia «vai lançar imediatamente uma auditoria aos sistemas de monitorização à saída dos países afetados para verificar a sua eficácia e reforçá-los, se necessário», um trabalho que será realizado em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), disse Borg aos jornalistas, no final do encontro de governantes em Bruxelas.