A Coreia do Sul está a ter dificuldades em definir quem se senta onde na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Corpo do artigo
A irmã do líder norte-coreano, Kim Yo-jong, já está na Coreia do Sul. Vai representar o Norte na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, esta sexta-feira, em Pyeongchang, no nordeste do país.
A Coreia do Sul quer que estes sejam os jogos da paz e, para já, conseguiu que o Norte se aproximasse da iniciativa. Atletas norte-coreanos vão participar em diversas modalidades. Pela primeira vez, há uma equipa com desportistas dos dois países e as duas delegações vão desfilar e competir representadas por uma bandeira unificada.
Apesar destes sinais de desanuviamento, a cerimónia de abertura dos Jogos transformou-se num pesadelo diplomático para Seul.
Pyongyang já recusou qualquer hipótese de conversa com os Estados Unidos durante os jogos, mas o vice-presidente Mike Pence e a irmã de Kim Jong-un podem ficar sentados a poucos metros um do outro. Ao certo ainda não se conhece a organização de lugares, até porque é preciso ter também em conta a presença do primeiro-ministro japonês
O Comité Olímpico Internacional afastou-se da tarefa de escolher os lugares na zona VIP. O presidente Thomas Bach disse mesmo que interferir seria uma receita para o desastre.
Os sul-coreanos ficaram sozinhos na escolha de quem vai ficar com o lugar de maior destaque, a que distância ficam as delegações e como evitar que se cruzem.
A irmã mais nova de Kim Jong-un, que está na lista negra do departamento do tesouro norte-americano, quer ser acompanhada por Choe Hwi, um oficial norte-coreano alvo de sanções das Nações Unidas. Seul pediu, por isso, à ONU que abra uma exceção para que ele possa estar na cerimónia.
Já Mike Pence vai estar no estádio olímpico acompanhado pelo pai de Otto Warmbier, o estudante norte-americano condenado a 15 anos de cadeia na Coreia do Norte e que morreu no ano passado, uma semana depois de ter sido libertado.
O presidente sul-coreano Moon Jae-in quer que os Jogos impulsionem uma nova era no relacionamento entre Seul e Pyongyang e vai receber a delegação norte-coreana no palácio presidencial.
Os Estados Unidos e o Japão estão, no entanto, mais céticos e veem a atitude de Pyongyang como uma manobra de propaganda.
A Coreia do Sul não tem poupado esforços para pôr um ponto final na escalada nuclear na península. Para além do pedido feito às Nações Unidas em nome de Choe Hwi, Seul decidiu levantar temporariamente a proibição de navios do Norte viajarem para o Sul, permitindo assim que uma banda norte-coreana entrasse no país para realizar dois concertos.