Campanha denuncia a indústria que está a usar a sua influência para promover uma corrida ao armamento.
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Um grupo de organização não-governamentais (ONG) lançou esta quinta-feira uma campanha para chamar a atenção dos governos para a necessidade de trocarem o investimento em armas nucleares por prioridades como o clima e o desenvolvimento.
A campanha, apresentada na sede das Nações Unidas, no âmbito da qual as ONG contaram de forma simbólica um bilião de dólares, denuncia a indústria que está a usar a sua influência para promover uma corrida ao armamento com um custo astronómico e impedir que esses fundos sejam usados em medidas para salvar o planeta.
"Um fator-chave para a continuada e crescente corrida ao armamento nuclear é o financiamento e aqueles que beneficiam disso", explicou em conferência de imprensa Alyn Ware, membro do World Future Council (Conselho para o Futuro do Mundo) e coordenador de uma plataforma de parlamentares contra a proliferação atómica.
Segundo Ware, por essa razão a campanha centra-se nos orçamentos destinados a armas nucleares, que ascendem em todo o mundo a 100 mil milhões de dólares ao ano e a um bilião ao longo dos próximos 10 anos.
Os ativistas defendem que os investidores devem afastar-se de "projetos destruidores como as armas nucleares ou os combustíveis fósseis" e colocar fundos em iniciativas capazes de combater as alterações climáticas e promover o desenvolvimento.
Para chamar a atenção sobre a questão e mostrar a escala dos investimentos que estão a ser feitos em armas nucleares, membros da campanha contaram durante sete dias e sete noites, à mão, um milhão de notas falsas com um valor de um milhão de dólares.
Simbolicamente, relatou a EFE, os participantes alocaram esse dinheiro a cada um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a agenda da ONU para combater a pobreza e proteger o planeta. As principais ações da campanha decorrem em Nova Iorque, mas também haverá ações em outras cidades dos EUA como Filadélfia e em capitais de outros países, como Londres, no Reino Unido, ou Wellington, na Nova Zelândia.
A campanha coincide com a Semana do Desarmamento das Nações Unidas e conta com o apoio de figuras internacionais como a ex-presidente da Assembleia-Geral da ONU Maria Fernanda Espinosa ou a Nobel da Paz Mairead Maguire.