No mais recente relatório da ONU são apontados casos de tortura, execuções sumárias e utilização de armas químicas, em casos cada vez mais brutais. A ONU diz, por exemplo, que as execuções à sexta-feira estão a tornar-se um espectáculo cada vez mais comum.
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As execuções públicas de civis às sextas-feiras, feitas pelo Estado Islâmico nas zonas que controla na Síria, foram transformadas em espetáculo e constituem crime de guerra, denunciou a ONU.
Segundo um relatório da organização, as vítimas são decapitadas ou executadas com um tiro na cabeça. Os corpos ficam depois expostos até 3 dias, muitas vezes crucificados, como forma de provocar o terror e a submissão na população.
Os jihadistas encorajam e obrigam a população assistir a estas execuções. Na sua maioria, as vítimas são homens, mas há também execuções sumárias de rapazes entre os 15 e 17 anos e algumas mulheres, adianta a ONU.
Os investigadores avisam que o Estado Islâmico representa um claro perigo para os civis, sobretudo para as minorias. Os extremistas foram reforçados com militantes estrangeiros, mais experientes e motivados, controlando agora uma vasta área no norte e leste da Siria. A ONU também está preocupada com os jovens que são obrigados a juntar-se ao Estado islâmico.
Perante este relatório, a investigadora das Nações Unidas, Carla Ponte, apelou às grandes potências mundiais para que denunciem os crimes de guerra ao Tribunal Penal Internacional.
Neste relatório, as Nações Unidas também apontam o dedo ao governo sírio e ao que chamam de tortura sistemática e morte de detidos nas cadeias entre 2011 e 2013, uma acusação apoiada na análise forense de mais de 27 mil fotos.
O regime de Bashar al-Assad é também acusado de ter lançado bombas contra a população e, em 8 situações em Abril, terão sido usados agentes químicos, como o cloro.