ONU alerta para «deterioração alarmante» dos direitos humanos no leste da Ucrânia
Num relatório hoje divulgado, as Nações Unidas alertaram para uma «deterioração alarmante» dos direitos humanos no leste da Ucrânia, onde o exército combate uma revolução lançada por separatistas pró-Rússia.
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A situação está de tal forma a complicar-se que as Nações Unidas pedem àqueles que têm influência junto dos grupos armados que estão a patrulhar partes do leste do país para controlarem essas pessoas que parecem apostadas em "rasgar" a Ucrânia ao meio.
A frase está no relatório assinado por Navi Pillay, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A equipa que as Nações Unidas enviaram para a Ucrânia e Crimeia é composta por 34 elementos. Neste relatório, os peritos analiszam o período que vai do início de abril até ao início de maio e afirmam que, tanto a polícia como as autoridades locais do leste ucraniano, deram cobertura aos atos ilegais e atuaram em conivência com os grupos armados para que estes conseguissem tomar algumas localidades.
No relatório, os especialistas das Nações Unidas lamentam ainda a onda de raptos e detenções ilegais de jornalistas, ativistas, políticos locais, enviados de organizações internacionais e até de militares.
Sublinham, no entanto, que não serão apenas os separatistas a cometerem crimes.
No relatório, as Nações Unidas dizem ainda que estão a tentar verificar a veracidade de alguns relatos que dão conta de excessos por parte dos militares ucrianianos. A ONU diz ter dados credíveis que apontam para a detenção de civis de uma forma que pode ser considerada como um desapareciemnto forçado.
Sobre o que se tem passado na Crimeia desde a separação da Ucrânia, o relatório de Navi Pillay mostra preocupação pela forma como os jornalistas estão a ser tratados, mas também as minorias étnicas, religiosas e sexuais que estarão a ser perseguidas. O mesmo acontece com os cidadãos que ainda não pedidram nacionalidade russa.