As Nações Unidas alertam para o risco de morte que enfrentam as crianças vítimas de fome, num contexto de seca e guerra civil. 350.000 estão subnutridas.
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A situação faz lembrar a que se viveu há quatro anos. Nessa altura, mais de 250.000 pessoas morreram à fome, causada pela seca extrema conjugada com a guerra civil.
Atualmente, 950.000 pessoas, segundo a ONU, "lutam diariamente para se alimentarem". As Nações Unidas alertam sobretudo para a situação das crianças. 350.000 crianças com menos de 5 anos sofrem de malnutrição aguda.
De acordo com os números recolhidos pela Unidade de Análise da Segurança Alimentar e da Nutrição da ONU, perto de 40% da população somali precisa de ajuda humanitária e 58.000 crianças estão nesta altura em risco de morrer à fome.
Para acudir a esta situação, as Nações Unidas pediram uma ajuda de cerca de 800 milhões de euros.
Na vizinha Etiópia, a situação também é preocupante. Mais de 10 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar. E o número, alerta a ONU, pode duplicar nos próximos meses, se não forem tomadas medidas.
Outro foco de atenção centra-se no Sudão do Sul. Num comunicado conjunto, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a Unicef e o Programa Alimentar Mundial, dizem que "pelo menos 40.000 pessoas estão à beira da catástrofe".
Em dois anos de guerra civil, a situação nunca esteve tão má. O responsável da Unicef diz que "muitas das áreas onde as necessidades são maiores estão fora de alcance devido a questões de segurança" e, por isso, é "crucial" que as agências humanitárias tenham "acesso sem restrições".