Portugal tem atualmente 20 militares no país, que integram a missão de treino da União Europeia.
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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou esta sexta-feira a renovação por um ano da missão de manutenção de paz na República Centro-Africana (Minusca), com 13 votos a favor e a abstenção da Rússia e da China.
A Minusca, uma das maiores e mais caras missões da Organização das Nações Unidas (ONU), continuará as suas operações com até 14.400 soldados e 2.420 polícias, segundo a resolução, que confirma o reforço das tropas decidido há quase um ano, noticiou a agência France-Presse.
O Conselho de Segurança da ONU adotou por 13 dos 15 votos uma resolução que renova por um ano a sua missão de manutenção da paz na República Centro-Africana (RCA), com a Rússia e a China, insatisfeita com o texto redigido pela França, optando por se absterem.
Os Estados Unidos da América, através do embaixador Richard Mills, lamentaram a ausência, no texto, de menções às acusações de violações dos direitos humanos feitas pela ONU contra os paramilitares do grupo privado de segurança russo Wagner, apoiado por Moscovo e destacado no país a pedido das autoridades da África Central.
Washington também lamentou o facto de a resolução não mencionar o ataque de 01 de novembro a um autocarro das forças egípcias de manutenção da paz, no qual 10 soldadsos ficaram feridos, pela guarda do Presidente, Faustin-Archange Touadéra.
Por outro lado, a embaixadora adjunta da Rússia nas Nações Unidas, Anna Evstigneeva, explicou a abstenção russa na resolução com os "escândalos" que envolveram a missão da ONU no Darfur, destacando ainda a "violência sexual" e o "contrabando de recursos naturais", como o que foi recentemente divulgado envolvendo militares portugueses.
"Não podemos dizer que o trabalho realizado pela Minusca tenha sido profissional e competente", considerou a diplomata.
A China justificou a sua abstenção com a ausência na resolução de uma referência à necessidade de respeitar os líderes do país.
As Nações Unidas enviaram em 2013 uma missão para o país (Minusca), que conta atualmente com mais de 12.000 militares e polícias, quando os rebeldes, predominantemente muçulmanos Seleka, tomaram o poder e forçaram o então presidente François Bozizé a deixar o cargo.
O atual contingente português na Minusca é composto por 180 militares, a maioria do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista do Exército Português.
Portugal tem atualmente 20 militares no país, que integram a missão de treino da União Europeia (EUTM-RCA).
Este contingente multinacional foi liderado por Portugal entre setembro de 2020 e setembro deste ano, quando o comando foi transmitido à França.
No âmbito desta missão, de acordo com o Ministério da Defesa português, "Portugal manteve no terreno um contingente de 61 militares, que ajustará para 20 militares com a transferência do comando para França".