O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados pede que o governo de Atenas assuma a liderança da resposta à emergência.
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"Há um caos total nas ilhas gregas, não há locais de refúgio", denuncia Vincent Cohetel, o diretor para a Europa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que pede ao governo grego "que assuma a liderança e a coordenação da resposta a esta emergência".
Só nos primeiros 7 meses do ano desembarcaram na Grécia 124 mil pessoas, 50 mil das quais no mês passado, sobretudo nas ilhas.
Contactada pela TSF, a porta-voz do ACNUR na Grécia, Laura Padoan, diz que "de momento, as ilhas não têm recursos nem capacidade para uma resposta adequada". Faltam espaços para alojamento, que são "horrivelmente impróprios e estão a deteriorar-se muito rapidamente". Para além disso, "não há água suficiente nem infraestruturas de saneamento básico". Condições "propícias para que as doenças se espalhem", acrescenta.
Laura Padoan lembra que chegam à Grécia todos os dias cerca de 1000 migrantes e refugiados, sobretudo da Síria, do Afeganistão e do Iraque. Um aumento de 750% face a 2014. Só em julho, chegaram 50 mil.
O ACNUR pede ao governo grego que assuma a liderança e a coordenação da resposta à emergência. Apesar de reconhecer as limitações financeiras, a agência da ONU pede para que se encontrem espaços para os refugiados, como quartéis militares que não são usados ou terras não cultivadas.
O governo de Atenas já disse também hoje que o país não tem infraestruturas para receber tantos migrantes. Pede, por isso, a ajuda da União Europeia.