O Conselho de Segurança da ONU adotou hoje por unanimidade uma resolução que exige ao Sudão e ao Sudão do Sul que cessem as hostilidades e resolvam os seus diferendos em três meses, sob pena de sanções.
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A resolução exige que os dois países retomem, dentro de duas semanas e sob os auspícios da União Africana, negociações «sem condições prévias» sobre os pontos em litígio, incluindo a partilha de recursos petrolíferos.
O texto insta as duas partes a concluírem as negociações num prazo de três meses.
A 24 de abril, o Conselho da União Africana (UA) para a Paz e Segurança tinha dado duas semanas ao Sudão e ao Sudão do Sul para recomeçarem as negociações e três para as concluírem.
A resolução exige que os dois países «cessem imediatamente todas as hostilidades, incluindo bombardeamentos aéreos» e que assumam esse compromisso junto da UA e da ONU «no máximo em 48 horas».
O Conselho de Segurança refere que se os dois países não respeitarem a resolução está pronto para tomar «medidas suplementares» previstas no artigo 41 da Carta das Nações Unidas. Esse artigo prevê como meios de pressão a adoção de sanções económicas e a rutura de relações diplomáticas.
O Sudão do Sul tornou-se independente do Sudão em julho de 2011. Desde então, as relações entre os dois países têm sido tensas.
As duas partes não conseguiram entender-se sobre o traçado da fronteira que os separa nem sobre a partilha dos recursos petrolíferos.
Desde finais de março registam-se confrontos em torno do campo petrolífero fronteiriço de Heglig, reivindicado pelas duas partes, o que faz recear uma nova guerra.
O Norte e o Sul do Sudão confrontaram-se durante 20 anos, numa guerra civil que provocou dois milhões de mortos e que terminou em 2005 com um acordo de paz que levou à independência do Sudão do Sul.