A organização anunciou ontem que vai pedir explicações aos EUA depois de ter sido revelado que as comunicações internas da ONU estavam a ser intercetadas pela Agência de Segurança Nacional norte-americana.
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«Estamos cientes desses relatos e vamos entrar em contato com as autoridades», disse na segunda-feira à imprensa o porta-voz da ONU.
Farhan Haq recordou que leis internacionais, como a Convenção de Viena de 1961, que governam as relações diplomáticas, «protegem» as funções das Nações Unidas, as missões diplomáticas e outras organizações internacionais, esperando-se, por isso que «todos os estados-membros ajam em conformidade para proteger a inviolabilidade das missões diplomáticas».
O jornal alemão Der Spiegel publicou no domingo, a partir de informações inéditas obtidas pelo antigo analista da CIA Edward Snowden, que o programa de espionagem norte-americano conseguiu entrar no programa de videoconferências da ONU e invadiu o sistema encriptado.
Esta suposta «melhoria radical» da capacidade da Agência de Segurança Nacional (NSA) para obter dados das comunicações internas da ONU põe em causa o acordo ao abrigo do qual os EUA concordaram em não realizar ações secretas na sede da ONU.
Um relatório sugere que a NSA continuou a espiar a União Europeia depois de esta mudar a sua sede, em setembro de 2012, para a Terceira avenida, em Manhattan, e tem na sua posse planos da nova representação, onde está detalhada a infraestrutura de telecomunicações.
Outra série de documentos difundidos pelo Der Spiegel indica que a Agência Nacional de Segurança norte-americana contava com um programa de espionagem em oitenta das suas embaixadas e consulados de todo o mundo.
O denominado "Serviço Especial de Recolha", que na maioria dos casos se levava a cabo sem conhecimento do país anfitrião, tinha sede em Frankfurt e Viena.