A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah, em inglês) alertou hoje para a necessidade de fornecer ajuda alimentar imediata a mais de 500.000 pessoas no país, incluindo 81.600 crianças que sofrem de desnutrição aguda.
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Num documento tornado público na quarta-feira, o organismo aponta como causa a destruição dos campos de cultivo devido à seca e na sequência das tempestades tropicais Isaac e Sandy, que afetaram o país no ano passado.
A insegurança alimentar afeta 2,1 milhões de haitianos, das quais meio milhão precisa de atenção imediata, referiu a Minustah, num documento citado pela agência noticiosa espanhola Efe.
Nesse sentido, de modo a fazer frente a essa necessidade, a missão defendeu ser preciso um investimento na ordem dos 144 milhões de dólares (110 milhões de euros) em 2013.
No documento, é ainda salientado que 81.600 crianças, com idade inferior a cinco anos, sofrem de desnutrição aguda, dos quais 20.000 padecem de desnutrição aguda severa, o que coloca em sério risco as suas vidas.
Além disso, permanecem em campos de refugiados cerca de 358.000 pessoas, as quais enfrentam a deterioração de condições de vida e uma maior vulnerabilidade perante a ocorrência de incidentes.
Em paralelo, a Minustah alertou para os recorrentes surtos de cólera que afetam os milhares de deslocados e para as reduzidas capacidades de prevenção e de respostas efetivas por parte das autoridades.
A Minustah considerou que o Haiti depara-se também com situações de precariedade que não pode resolver sozinho, embora saudando os «progressos ténues» na vertente institucional, referindo, entre outros exemplos, as leis de incentivo ao investimento estrangeiro.