Alguns dos mortos serão ativistas e líderes de movimentos sociais locais.
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Pelo menos nove pessoas morreram, este domingo, e outras seis foram presas numa operação policial e militar contra supostos insurgentes comunistas nas Filipinas, enquanto Organizações Não Governamentais (ONG) denunciam que alguns ativistas e sindicalistas foram executados.
A operação das autoridades teve lugar na região de Calabarzon, a sul de Manila, dois dias depois de o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, pedir publicamente à polícia e ao exército para dispararem a matar contra insurgentes armados, segundo o jornal Rappler.
No entanto, organizações locais como Karapatan e Pamalakaya Filipinas denunciaram que alguns dos mortos eram ativistas e líderes de movimentos sociais locais como Chai Lemita-Evangelista e Ariel Evangelista que morreram numa rusga em casa, onde sobreviveu o filho de 10 anos, e Manny Asuncion, que trabalhava a favor dos direitos dos pescadores, diz um comunicado.
Na sexta-feira, Rodrigo Duterte, acusado de violar os direitos humanos nas suas campanhas contra as drogas e os insurgentes comunistas, disse que as forças de segurança deveriam disparar ao encontrar o inimigo se estivesse armado.
"Esqueçam os direitos humanos. É minha ordem. Eu é que vou para a cadeia. Não há problema", disse o presidente, conhecido por ter um estilo autoritário e retórica agressiva.
Em dezembro de 2020, nove líderes indígenas e supostos membros da guerrilha comunista do Novo Exército do Povo (NEP) morreram e outros 17 foram presos na ilha filipina Panay, durante uma operação conjunta de polícia e exército, denuncia a Karapatan.
As forças de segurança alegam que atuaram em legítima defesa, durante um fogo cruzado, e a Karapatan afirma que, pelo menos três dos líderes foram executados a sangue frio, dois enquanto dormiam.
O Conselho dos Direitos Humanos da ONU publicou, em junho do ano passado, uma investigação sobre as Filipinas onde denunciava uma campanha de terror e impunidade na guerra contra as drogas que já tinha feito cerca de 30.000 mortes, assim como a pressão a líderes sociais e grupos de esquerda, com 248 ativistas assassinados desde o início do mandato de Rodrigo Duterte.