Operação contra Comando Vermelho é a mais letal de sempre no Rio de Janeiro: há pelo menos 60 mortos
Entre os mortos, há quatro polícias
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Pelo menos 60 pessoas morreram, entre os quais quatro polícias, durante uma mega operação na cidade brasileira do Rio de Janeiro contra o grupo Comando Vermelho, naquela que já é a operação mais letal de sempre no Rio de Janeiro.
Segundo a informação avançada pelo portal G1, que cita fontes do Governo do Rio de Janeiro, 81 pessoas foram deitas na megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Na operação, que ainda decorre, foram mortos dois polícias civis e dois polícias militares, durante um combate que se iniciou esta terça-feira de manhã e no qual os membros da organização criminosa utilizaram várias armas de fogo de alto calibre e até drones com bombas.
Entre os suspeitos mortos encontra-se um dos principais líderes da fação e entre os detidos encontram-se vários cabecilhas da organização. Há ainda três civis que também foram atingidos.
"Essa é a realidade. Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planeada, com inteligência, e que vai continuar", afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, citado pelo portal G1, referindo-se ao facto de que 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas pela operação que obrigou ao encerramento de dezenas de escolas, postos de saúde e estradas.
Até ao momento, as autoridades apreenderam 71 fuzis, de uso exclusivo das Forças Armadas, duas pistolas e nove motos.
Em comunicado, o Governo do Rio de Janeiro garantiu que "todos os agentes das forças de segurança estão em estado de prontidão enquanto a ação integrada nos complexos do Alemão e da Penha é realizada".
"As unidades estão com as atenções voltadas para as principais vias e locais de maior concentração de pessoas", acrescentaram.
Como represália à megaoperação, a imprensa local dá conta que os criminosos colocaram vários autocarros roubados e carros para fazerem barricadas em vários locais da zona Norte da capital do estado, nomeadamente na Avenida Brasil, na Linha Vermelha e na Cidade de Deus, entre várias outras vias.
A Operação Contenção, que visa deter líderes criminosos do Rio de Janeiro e de outros estados, e combater a expansão do Comando Vermelho, mobilizou cerca de 2500 agentes, que entraram em confronto com os alegados criminosos, com o objetivo de cumprir 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão.
"Peço aos moradores da região que permaneçam em casa enquanto as forças de segurança atuam", apelou o governador Cláudio Castro.
Em conferência de imprensa, o governador do estado brasileiro do Rio de Janeiro criticou a falta de apoio do Governo Federal contra as organizações criminosas.
Cláudio Castro classificou a operação como "a maior" já realizada contra o Comando Vermelho e disse que o Rio de Janeiro "está sozinho nessa guerra".
"Essa operação de hoje tem muito pouco a ver com a Segurança Pública. É uma operação de Estado de Defesa. É uma guerra que está passando os limites (...) que nada tem a ver com segurança urbana. Deveríamos ter um apoio maior e até das Forças Armadas", frisou o governador.
O Comando Vermelho foi criado em 1979 nas prisões do Rio de Janeiro e é hoje uma das organizações criminosas mais perigosas do mundo.
