A oposição alemã criticou, esta quarta-feira, as exigências de Angela Merkel para a redução dos períodos de férias e o aumento da idade da reforma nos chamados países periféricos da União Europeia com problemas financeiros, incluindo Portugal.
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«A senhora Merkel aposta de novo no populismo e em agitar os ânimos, em vez de usar argumentos objectivos», disse hoje, em Berlim, o presidente do SPD, Sigmar Gabriel.
O líder social-democrata considerou ainda «vergonhoso» que Angela Merkel «ponha em causa de forma tão leviana o ideal europeu dos seus antecessores» Konrad Adenauer, Willy Brandt, Helmut Schmidt e Gerhard Schroeder.
Os Verdes, outra das forças com assento parlamentar na Alemanha, afirmaram, por seu turno, que a política europeia de Angela Merkel «continua a reduzir-se a frases feitas, ditas na praça pública e em comícios partidários».
«As suas críticas a casos isolados, além de arbitrárias, só prejudicam a Grécia, Portugal ou a Espanha, e não reflectem a realidade», disse Cem Ozdemir, presidente dos ambientalistas.
Durante um comício em Meschede (Renânia), na segunda feira à noite, Angela Merkel, exigiu a unificação da idade da reforma e dos períodos de férias na União Europeia, criticando os sistemas vigentes na Grécia, Espanha e Portugal.
O porta voz adjunto do governo, Christoph Steegmans, defendeu esta quarta-feira as afirmações da chanceler, lembrando que na Cimeira Europeia de 24 e 25 de Março foi decidido harmonizar os sistemas sociais na União Europeia.